Hackers na China invadiram e-mails de autoridades e ativistas, diz Google

Empresa diz que criminosos obtiveram senhas de usuários, alguns deles dos EUA

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Atualização:

Google e o governo chinês já entraram em atrito em outras ocasiões

 

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NOVA YORK - O Google denunciou nesta quarta-feira, 1º, que hackers na China invadiram contas pessoais de e-mails de autoridades dos EUA, jornalistas e ativistas políticos asiáticos. Segundo a empresa americana, centenas de contas de e-mails foram comprometidas, e suas investigações apontam que as tentativas de coletar senhas de usuários parecem ter se originado da região central da China. O objetivo dos hackers seria monitorar as mensagens recebidas pelos usuários. O Google disse ter interrompido a ação dos hackers e alertado os usuários afetados. A empresa afirmou que os invasores conseguiram obter senhas de alguns deles. "Notificamos as vítimas e protegemos suas contas. Além disso, notificamos as autoridades governamentais relevantes", informou a companhia nesta quarta. A Casa Branca disse que vai investigar o caso, mas agregou que não há razões para acreditar que contas de e-mails de membros do governo americano tenham sido acessadas. Um relatório técnico do Google diz que o golpe promovido pelos hackers é conhecido como "spear phishing", em que usuários específicos de e-mail são enganados e direcionados a uma falsa página, por exemplo, do Gmail. Ao digitar sua senha ali, ela passa a ser acessada por hackers. Então, os criminosos configuram o serviço do Gmail para que ele encaminhe novos e-mails da vítima para uma outra conta, monitorada pelos hackers. O correspondente da BBC em Washington Adam Brookes relata que é extremamente difícil para analistas confirmar se ataques do tipo são promovidos por iniciativa de governos ou de indivíduos. Mas o fato de, segundo o Google, as vítimas deste ataque serem pessoas com acesso a informações secretas ou de relevância política levanta suspeitas de ciberespionagem. Google e China A denúncia desta quarta-feira ocorre cerca de um ano depois de o Google ter sido alvo de hackers que também pareciam estar em solo chinês e que teriam invadido contas de e-mails de ativistas opositores a Pequim. Na época, a empresa americana havia se recusado a continuar censurando o conteúdo de suas buscas, como d determinava o governo chinês. A situação acabou forçando o fechamento do escritório do Google em Pequim - a empresa hoje opera via Hong Kong - e levantou o debate sobre as tentativas do governo chinês de controlar o conteúdo da internet.

 

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