Haiti enfrenta colapso em saúde, alerta Cruz Vermelha

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Por Agencia Estado
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A Cruz Vermelha Internacional está tentando urgentemente evitar o colapso do sistema de saúde no Haiti em meio a um levante popular contra o governo, disse hoje um diretor da entidade. ?A situação está se desenrolando muito rapidamente, provavelmente numa velocidade muito maior do que se poderia imaginar?, comentou Yves Giovannoni, diretor de operação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha na América Latina e no Caribe. "Estamos falando de um dos países mais pobres do mundo - certamente o mais pobre das Américas. Portanto, qualquer onda de violência pode resultar em caos", disse Giovannoni. Ele informou que a Cruz Vermelha está preocupada com o alcance de alguns serviços básicos, principalmente o do sistema de saúde. Em Porto Príncipe, por exemplo, representantes da Cruz Vermelha visitaram um hospital e o encontraram deserto. Em outros hospitais da capital haitiana, os pacientes foram arrancados de suas camas e ninguém sabe dizer para onde foram levados. Funcionários da entidade vêm reportando entre 30 e 50 casos por dia de pessoas feridas em choques ocorridos na região norte do Haiti. Giovannoni informou que a Cruz Vermelha tem planos de ocupar uma ala de um hospital de Porto Príncipe para tratar pessoas com "ferimentos de guerra", pois os médicos locais não estariam acostumados com esse tipo de incidente em escala tão ampla. A Cruz Vermelha também pretende usar o hospital La Providence, em Gonaives, onde representantes da entidade já trabalham ao lado de médicos cubanos. A Cruz Vermelha já enviou ao Haiti um carregamento de suprimentos médicos emergenciais. Uma equipe médica e um segundo carregamento de remédios deverão ser enviados em breve a partir de um depósito da entidade em Amsterdã, Holanda. Giovannoni explicou que a Cruz Vermelha vem conseguindo atuar em todas as regiões do país por ter estabelecido contato com as instituições governamentais e com os principais detentores de poder nas áreas rebeldes.

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