27 de janeiro de 2010 | 09h03
Para convocar o encontro, o Brasil obteve o apoio de 32 países. A meta do Itamaraty é colocar o debate sobre os direitos humanos no Haiti na agenda e garantir que ele seja considerado na reconstrução do país. "O debate no Conselho de Direitos Humanos da ONU deve contribuir para o exercício da boa governança e do Estado de Direito", disse a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo.
A resolução do Brasil pedia que uma missão de governos estrangeiros viajasse ao Haiti para avaliar a questão dos direitos humanos. "Não temos como aceitar isso", disse o encarregado de negócios do Haiti na ONU, Jean Claude Pierre. Segundo ele, o governo haitiano não foi consultado.
Mas a diplomacia brasileira tem outra versão. A rejeição teria sido resultado de pressão dos países ricos, que não querem dar um enfoque de promoção do desenvolvimento para as ações no Haiti - eles preferem manter o foco em temas como segurança e a assistência humanitária. No fim do dia, o Itamaraty retirou da resolução o trecho que se referia à missão.
De dentro da ONU também partiram críticas contra o Brasil. A queixa principal é a de que o Itamaraty tentou mudar o protocolo para garantir ao chanceler Celso Amorim uma posição de destaque no evento, discursando antes mesmo dos haitianos.
Desperdício
Para a ONG UN Watch, o encontro de hoje é um "desperdício do tempo, recursos e capital moral da ONU". "Ele não vai alimentar nem curar um só haitiano. Pelo contrário, vai desperdiçar US$ 200 mil (na organização do evento) que poderiam ser usados para outros fins", disse Hillel Neuer, diretor executivo da entidade. Segundo ele, o evento é para mostrar que o Conselho está fazendo algo, enquanto violações no Irã, Cuba e China estariam impunes. Para Neuer, apesar de 32 países terem apoiado a reunião, nenhum atendeu ao pedido de verba da ONU para a proteção dos direitos humanos no Haiti. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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