Ismail Haniyeh, líder do Hamas em Gaza, prometeu à comunidade internacional que a ajuda financeira enviada pelos países ocidentais à Autoridade Nacional Palestina (ANP) será utilizada apenas com os gastos do governo. Haniyeh acrescentou que os gastos poderão ser monitorados, e que o grupo também esta preparado para negociar os termos necessários para que a ajuda continue. "Nós enviaremos toda a ajuda financeira aos cofres do tesouro do Ministério das Finanças palestino", disse Haniyeh em uma coletiva de imprensa. O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, disse nesta segunda-feira que irá conversar com o Hamas durante as próximas duas semanas sobre a formação do governo. "Nós reiteramos nosso compromisso com o processo de paz através de negociações de acordo com a legitimidade internacional", disse ele após se encontrar com a chanceler alemã, Angela Merkel. Em 2005, donatários ocidentais ajudaram a ANP com cerca de US$ 900 milhões, pagando com isso o salário de mais de 137 mil pessoas da máquina pública. A falta destes pagamentos resultaria em demissões em massa e iniciaria um processo de violência em uma área abarrotada de armas. Na contramão de Haniyeh, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse no domingo que irá parar de enviar para a ANP os milhões de dólares recebidos em impostos caso o Hamas forme o próximo governo da Palestina. O presidente dos EUA, George W. Bush, também afirmou que não irá ajudar um governo formado pelo Hamas. Ele acredita que o grupo impedirá seus esforços para a paz. Mas o Hamas continua se esforçando para mostrar mudanças em sua forma de fazer política. Uma das recentes demonstrações disso pôde ser observada na proposta de trégua feita a Israel. O grupo diz que se dedicará a solucionar os problemas internos da ANP. Atualmente, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, comanda três das seis forças de segurança, e o primeiro ministro que será apontado pelo Hamas controlará as outras três. Entretanto, não se sabe claramente se esta decisão está corretamente baseada na lei.