Hamas descarta participar de governo que reconheça Israel

Em seu discurso na ONU, na quinta-feira, Abbas afirmou que "qualquer governo palestino futuro irá honrar todos os acordos de paz anteriores com Israel"

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O Hamas disse nesta sexta-feira que não irá se unir a nenhum governo de coalizão palestino que reconheça Israel, contrariando o presidente Mahmoud Abbas, que disse às Nações Unidas que qualquer coalizão futura iria reconhecer a existência do Estado judeu e também renunciaria à violência. A informação é da agência de notícias Reuters. A declaração contrariando Abbas veio após a secretaria de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, afirmar que pretende visitar o Oriente Médio em breve, a fim de retomar as conversas de paz entre israelenses e palestinos. Em seu discurso na Assembléia Geral da ONU, com representantes de 192 países, na quinta-feira, Abbas afirmou que "qualquer governo palestino futuro irá honrar todos os acordos de paz anteriores com Israel. Mas o premier Ismail Haniyeh, do Hamas, partido da situação, e outros membros do partido insistiram em um acordo com Abbas que não inclua o reconhecimento de Israel. "Eu excluo isso (reconhecimento de Israel). O pensamento político do Hamas não permite a idéia de que o Hamas possa ser parte de um governo que coloque o reconhecimento de Israel e sua agenda política", afirmou Ahmed Youssef, conselheiro político do Hamas. Um acordo de um governo unificado foi alcançado no dia 11 de setembro e os palestinos esperam que a medida irá causar a suspensão das sanções impostas ao Hamas desde que o partido assumiu o poder em março. Desde então, as conversas sobre a formação da coalizão têm sido complicadas, e Abbas, do partido Fatah, derrotado pelo Hamas nas eleições em janeiro, acusa o Hamas de renegar o acordo. O impasse está centrado na necessidade em concordar sobre a agenda política da coalizão, que deve ser clara o suficiente no reconhecimento de Israel, para satisfazer o ocidente, mas vaga o suficiente para o Hamas dizer que não contradiz o seu mandato, que clama pela destruição de Israel.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.