Hamas diz que acordo com Fatah está próximo

Segundo representantes do Hamas, já há consenso sobre 15 pontos

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Por Agencia Estado
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O porta-voz e deputado do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Sami abu Zuhri, declarou nesta terça-feira aos jornalistas que falta pouco para se chegar a um acordo com o Fatah e que "se trata quase de um fato consumado". Os dois grandes partidos políticos palestinos estão há mais de uma semana negociando um documento para a reconciliação nacional. O ponto principal dos debates é o Plano dos Prisioneiros, que prevê a criação de um Estado palestino independente na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental. A proposta reconhece o Estado de Israel, que Hamas rejeita. O porta-voz do Fatah, Maher Mekdad, disse que os partidos superaram as suas maiores divergências para constituir um governo de união nacional, substituindo o do atual primeiro-ministro, Ismail Haniye (Hamas). As posições do dirigente levaram a um boicote internacional contra a Autoridade Nacional Palestina (ANP). Mekdad explicou aos jornalistas que ainda falta decidir quem vai presidir o novo governo palestino. Os representantes do Hamas nas negociações exigem o cargo, pois ganharam as eleições legislativas de janeiro. Negociações O primeiro-ministro Haniye, que desde março está à frente do Conselho de Ministros da ANP, tinha descartado na segunda-feira a criação de um novo governo de coalizão. Ele disse que o Hamas governaria durante os próximos quatro anos. Já o porta-voz do bloco parlamentar do Fatah no Conselho Legislativo, Azzam al Ahmad, se mostrou cético. O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, assim como o Quarteto de Madri, formado por União Européia, Estados Unidos, ONU e Rússia, exigem que Haniye reconheça Israel para restabelecer o processo de paz, estagnado desde 2001. Outra exigência é o desarmamento da milícia do Hamas, além do respeito aos acordos assinados com Israel desde 1993. Caso não haja acordo, Abbas vai submeter a proposta dos prisioneiros a um referendo no dia 26 de julho. Uma das propostas nas negociações foi a de formar um novo governo da ANP com tecnocratas palestinos independentes, presidido pelo milionário Munib Al-Masri. Segundo representantes do Hamas, já há acordo sobre 15 pontos. Mas Al Ahmad comentou que eles já haviam sido aceitos desde o início, e que a controvérsia continua em torno de outros três.

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