
16 de novembro de 2011 | 03h06
TEL-AVIV - Hamas e Fatah, as duas facções palestinas rivais, concordaram em realizar eleições em maio. A informação foi divulgada na terça-feira, 15, por Azzam al-Ahmed, negociador do Fatah. Segundo ele, o acordo foi fechado em negociações secretas e deve ser aprovado formalmente até o fim do mês, colocando um fim a quatro anos de uma disputa interna que dividiu Cisjordânia, sob o comando do Fatah, e Gaza, nas mãos do Hamas.
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Ahmed informou que o plano prevê o estabelecimento de um governo provisório para organizar a votação - muito provavelmente sem o atual primeiro-ministro Salam Fayyad. O Hamas é um crítico do premiê, que é considerado um "fantoche dos EUA" - ele estudou Economia na Universidade do Texas.
A recusa do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, membro do Fatah, em demitir Fayyad era um dos principais obstáculos para o acordo. Abbas, no entanto, teria concordado em nomear um outro premiê.
Muitos analistas, contudo, avaliam que retirar Fayyad de um eventual governo provisório é um risco, já que ele é tido como peça-chave para a atração de capital externo para a combalida economia dos territórios palestinos.
Encontro. Segundo fontes diplomáticas palestinas, os detalhes finais do acordo foram fechados nos últimos dias com mediação egípcia. Na sexta-feira, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, deve se encontrar no Cairo com o líder do Hamas, Khaled Meshal.
De acordo com analistas, o acordo pode dar uma nova força ao pedido palestino de adesão à ONU, até então paralisado no Conselho de Segurança. Mesmo que os dois lados oficializem o pacto, entretanto, sua implementação segue uma incógnita. Fatah e Hamas teriam ainda de concordar com a aprovação de uma lista de ministros, com um orçamento comum e com uma fórmula para unificar as forças de segurança.
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