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Hamas se vendeu ao assinar Acordo de Meca, diz Al-Qaeda

Segundo vice-líder da rede terrorista, Hamas fez uma agressão ao povo muçulmano

Por Agencia Estado
Atualização:

O egípcio Ayman al-Zawahiri, considerado o "número dois" da organização Al-Qaeda, criticou neste domingo, 11, o Acordo de Meca, assinado entre as facções palestinas, e acusou o grupo Hamas de "se vender" ao assiná-lo. Para a rede terrorista de Osama bin Laden, com a decisão, o grupo islâmico palestino serve aos interesses dos Estados Unidos ao concordar em respeitar acordos palestinos passados com Israel. "Com a assinatura do Acordo de Meca, o Hamas não só agrediu a causa palestina, mas fez uma agressão a todo o povo muçulmano", disse uma voz identificada como a de Zawahiri, em uma gravação divulgada pelo canal de televisão Al Jazera. "A liderança do Hamas entregou aos judeus grande parte da Palestina", disse. "Eles venderam tudo para que pudessem manter um terço do governo e que governo...um governo ridículo." O Hamas e a facção rival Fatah concordaram, durante encontro em Meca há um mês, em formar um gabinete de coalizão, medida que ajudou a acabar com semanas de combates sangrentos entre os grupos, principalmente na Faixa de Gaza, onde mais de 90 pessoas morreram. Zawahri disse que o acordo de Meca é parte de uma tentativa do "satã Estados Unidos e seu agente saudita" de forjar uma solução falsa para o conflito entre árabes e israelenses para destruir a resistência islâmica à ocupação israelense. O Hamas, que ganhou as eleições palestinas em janeiro de 2006 e tirou o Fatah, do presidente Mahmoud Abbas, do poder, rejeita reconhecer Israel. Mas o acordo de Meca feito com o Fatah contém uma vaga promessa de "respeitar" pactos existentes entre israelenses e palestinos. Zawahri disse que a liderança do Hamas "caiu em um pântano de rendição". A autenticidade da gravação não pôde ser verificada de imediato. Escavações em Al Aqsa O clérigo egípcio criticou também a falta de ação de governos árabes e muçulmanos em relação às escavações israelenses abaixo e ao redor da mesquita de Al Aqsa, terceiro lugar mais sagrado do Islã, em Jerusalém, e também conhecido como Monte do Templo pelos judeus. "Israel cometeu uma agressão contra a santidade e Aqsa, mas os chamados governos de países árabes e muçulmanos não fizeram nada, a não ser gritar e denunciar." Ele disse que o reconhecimento de Israel por países árabes e muçulmanos, ou seu desejo de fazer a paz com o Estado judeu ajudou as violações "sionistas e cruzadas" contra os muçulmanos. Zawahri criticou o rei Abdullah da Arábia Saudita por sua iniciativa de troca de territórios por paz, adotada em uma cúpula árabe no ano 2002. O plano oferece reconhecimento diplomático de Israel em troca da retirada de terras ocupadas desde a guerra de 1967. O líder militante disse que a iniciativa tem base no incentivo do colunista judeu norte-americano Thomas Friedman a Abdullah, que na época era príncipe. Matéria ampliada às 19h22 para acréscimo de informações

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