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Havana chama fuga em avião de "seqüestro"

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo cubano qualificou como "seqüestro" a fuga de um piloto que decolou sem autorização rumo aos Estados Unidos em um pequeno avião, a partir da província de Pinar del Río, levando integrantes de sua família. Numa declaração oficial, a chancelaria cubana manifestou "seu mais enérgico repúdio a este ato hediondo de pirataria aérea". A nota foi entregue à Seção de Interesses deos EUA em Havana. Nemencio Carlos Alonso, piloto de um monomotor Antonov-2 destinado à fumigação de plantação, recebeu autorização da pista de Los Palacios para dirigir-se à pista de aterrissagem de Pinar del Río. Nem bem aterrissou em Pinar del Río, recolheu sete familiares, entre eles uma criança, voltou a levantar vôo e dirigiu-se ao aeroporto internacional de Cayo Hueso, a 140 quilômetros de Havana, já no Estado norte-americano da Flórida. Além de repudiar o ?seqüestro?, a nota da chancelaria pede aos Estados Unidos a imediata devolução a Cuba dos autores "deste ato de vandalismo e da aeronave seqüestrada, assim como o repasse o mais breve possível de toda a informação obtida pelas autoridades norte-americanas sobre este incidente". Havana lembra que o seqüestro de aeronaves está claramente tipificado como delito de "terrorismo" na convenção para repressão à apropriação ilícita de aeronaves, de 1970, da qual EUA e Cuba são signatários. Para o governo cubano, "a responsabilidade de que delitos como este seqüestro aconteçam recai por inteiro aos Estados Unidos, que mantêm em vigor e aplica sistematicamente a assassina Lei de Ajuste cubano, que com seu tratamento privilegiado e excepcional estimula, com fins propagandísticos, a imigração ilegal a partir de Cuba". A lei citada permite que imigrantes ilegais cubanos obtenham status legal nos EUA, independentemente dos meios que utilizarem para cruzar a faixa oceânica que separa os dois países. O governo cubano denunciou ainda "a falta de vontade política do governo dos Estados Unidos para negociar com Cuba acordos que permitam enfrentar o terrorismo e a imigração ilegal, diversas vezes propostos e reiterados por Cuba". O governo cubano reitera "sua firme vontade de continuar honrando, como até agora, os acordos migratórios vigentes (desde 1994) e exige do governo dos Estados Unidos que deixe de aplicar a assassina e terrorista Lei de Ajuste cubano e devolva imediatamente os seqüestradores, os demais imigrantes ilegais e a aeronave seqüestrada".

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