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Helicópteros dos EUA distribuem água em Porto Príncipe

Depois de dias resistindo sem provisões básicas, a população começa a receber a ajuda humanitária

Por BBC Brasil
Atualização:

Helicópteros dos Estados Unidos começaram neste domingo a lançar garrafas d'água para os sobreviventes na capital do Haiti, Porto Príncipe, enquanto em terra soldados evitam que a distribuição desencadeie violência.

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A tragédia haitiana:

link Haitianos fogem em massa de capital destruída por terremotoDepois de dias resistindo sem provisões básicas, a população começa a receber a ajuda humanitária, embora muitos haitianos não tenham sido contemplados. Os Estados Unidos firmaram a sua primeira base fora do aeroporto da capital, e estão distribuindo víveres de um morro dentro de um campo de golfe. Já o programa de Alimentação das Nações Unidas distribuiu comida em uma das favelas da cidade, enquanto a organização não-governamental Oxfam também entregou água aos flagelados haitianos. Ainda neste domingo, uma mulher foi retirada dos escombros com vida, alimentando as esperanças das equipes de resgate que trabalham dia e noite. Se a situação em Porto Príncipe já é dramática, a uma hora de carro da capital do Haiti na direção do epicentro do terremoto de semana passada, ela é "apocalíptica", segundo o enviado especial da BBC Nick Davis.  "Quase todas as construções foram destruídas", disse Davis. 

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'Pesadelo' A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que entre 80% e 90% dos prédios de Leogane, cerca de 19 km (a oeste de Porto Príncipe, ruíram. Os sobreviventes do tremor fugiram do que sobrou de suas casas para as plantações de cana-de-açúcar ou manguezais próximos para "escapar do pesadelo de prédios desabando". "Vi longas filas de pessoas diante de uma única torneira d'água funcionando", afirmou Davis. Milhares de pessoas estão dormindo a céu aberto perto de igrejas, em pátios de escolas e mercados. A população, segundo o repórter da BBC, está em estado profundo de choque. Muitos protegem a boca com panos para evitar respirar poeira e protegê-los do cheiro de corpos de putrefação. O terremoto haitiano é um dos episódios que causaram maior número de mortes entre funcionários da ONU.

'Desastre histórico' Neste domingo, uma porta-voz da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou em Genebra que o terremoto no Haiti é o pior desastre que a ONU já enfrentou em sua história. "Esse é um desastre histórico. Nós nunca fomos confrontados com esse tipo de desastre na história da ONU. É como nenhum outro", disse Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da Organização. De acordo com ela, a dificuldade se deve aos problemas de logística, por conta do colapso do governo local e da completa destruição da infraestrutura - o aeroporto está saturado, as ruas bloqueadas, os hospitais têm poucos ou nenhum médico e poucas construções suportaram os tremores. Byrs comparou o desastre ao tsunami que atingiu a Indonésia em 2004 e afirmou que a situação em Porto Príncipe é "tão ruim ou pior". "O desastre é enorme e tão enorme quanto foi o tsunami, talvez pior porque todo o país foi decapitado, os prédios do governo desmoronaram e nós não temos o apoio da infraestrutura local. Na Indonésia nós tínhamos pelo menos o apoio de algumas autoridades locais", disse. Na sexta-feira, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, lançou um apelo à comunidade internacional para arrecadar US$ 550 milhões para ajudar ao Haiti. A porta-voz do Programa Mundial de Alimentos da ONU no Haiti, Myrta Kaulard, disse que a agência espera atender cerca de 40 mil pessoas. Apesar disso, Kaulard disse reconhecer que cerca de 1 milhão precisam de ajuda em Porto Príncipe.

 

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