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Helio Gurovitz: o Brexit na visão do ‘bebê-em-chefe’ dos EUA

A infantilidade de Trump fica patente no desdém pelos fatos e na propensão a agir como valentão mimado e inseguro ao se sentir ameaçado

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Por Redação
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Britânicos protestaram contra Donald Trump inflando uma versão local do Pixuleco: o Trump Baby Blimp, um balão com cara de bebê Trump. A infantilidade de Trump fica patente no desdém pelos fatos e na propensão a agir como valentão mimado e inseguro ao se sentir ameaçado.

+ THE ECONOMIST: As idas e vindas dos Estados Unidos

Manifestações na capital da Escócia ridicularizam o presidente norte-americano como um "bebê gigante" Foto: AFP PHOTO / NEIL HANNA

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Até quinta-feira, o jornalista Daniel Drezner reunira 385 exemplos desse comportamento infantil. O último foi o espanto na Otan diante do destempero verbal do “bebê-em-chefe”. Apesar do desconforto, o efeito é controlável, pois adultos ainda comandam as políticas externa e militar americanas – ao contrário da comercial.

Trump, o valentão, quer ditar termos de comércio a todos – China, União Europeia (UE), seja lá quem for. Quer tornar o Reino Unido um entreposto americano depois da ruptura com a UE. Daí o ataque à versão “soft” do Brexit, da premiê britânica, Theresa May, e as loas ao ex-ministro do Exterior Boris Johnson, paladino do Brexit “hard”. Trump, o infantil, negou o que tinha dito diante do gravador. Não era preciso. O olhar das crianças é ingênuo, mas sensível à realidade. Desde o início, o Brexit é um problema insolúvel para May.

Impossível manter acesso ao mercado europeu sem abrir mão da motivação original do eleitor: fechar fronteiras a imigrantes. O Brexit “hard” é um desastre comercial, mas só ele permite controlar a imigração. Isso era verdade no plebiscito. É verdade hoje. Continuará a ser em março, data prevista para a ruptura. Verdade de que May tenta fugir, mas até uma criança como Trump consegue enxergar.

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EUAKavanaugh depende de Rand Paul O voto crítico no Senado para confirmar Brett Kavanaugh como novo juiz da Suprema Corte americana não pertence a nenhum democrata, mas ao republicano Rand Paul. Sua inclinação libertária entra em choque com a visão conservadora de Kavanaugh, que trabalhou, no governo Bush, para ampliar o poder do Estado no combate ao terror e votou, como juiz, a favor da coleta de informações telefônicas. Duas senadoras republicanas favoráveis ao aborto hesitam em aprová-lo. John McCain está em tratamento de câncer cerebral. Sem esses quatro, Kavanaugh teria apenas 46 votos republicanos. Nem os três senadores democratas que aprovaram o último indicado por Trump à Suprema Corte bastariam para somar os 50 necessários à aprovação.

ELEIÇÃO  Obama vence Trump em pesquisa Em qualidade do governo, Barack Obama derrota não só Trump, mas todos os presidentes americanos recentes. Só que Trump está em patamar equivalente ao de Obama com dois anos de mandato. 

COMÉRCIO A lei irlandesa de boicote a Israel O Senado da Irlanda aprovou uma lei de boicote que proíbe importar produtos dos territórios ocupados por Israel, cujo valor anual hoje não chega € 1 milhão. Primeira medida do tipo num país da UE, ela viola a política comercial comum do bloco e cria situações insólitas. Torna crime até um irlandês ser guia turístico na Cidade Velha ou zelador na nova embaixada americana de Jerusalém.

ISRAEL Quem Bibi recebe – e quem veta  O primeiro-ministro de Israel, Bibi Netanyahu, se prepara para receber Viktor Orbán, mentor da campanha antissemita contra George Soros na Hungria e admirador do húngaro Miklós Horthy, cúmplice no extermínio de 500 mil judeus pelo nazismo. Receberá em setembro o autocrata Rodrigo Duterte, acusado de mandar executar 7 mil filipinos sem julgamento e defensor dos métodos de Hitler para massacrar 3 milhões de drogados. Mas Israel vetou a entrada da ativista judia americana Ariel Gold. Defensora do boicote ao país, ela foi agredida por colonos em Hebron, no ano passado. Divulgou um vídeo em que soldados israelenses se recusam a protegê-la. “Disse a eles que a ocupação não é um valor judaico”, escreveu.

COMÉDIA Nova trapaça de Borat Depois das armadilhas de Borat e Ali G., o comediante britânico Sacha Baron Cohen volta à TV americana com a série de sete episódios Who is America?. Os republicanos Sarah Palin e Joe Walsh afirmam ter sido vítimas das trapaças dele para dar entrevistas.

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