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Helio Gurovitz: Por que Khashoggi incomodava MBS?

Khashoggi via o esforço de modernização, encabeçado pelo príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman, ou MBS, como disfarce à tentativa de concentrar poder e como ameaça à estabilidade regional

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Por Redação
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Jamal Khashoggi, o jornalista assassinado depois de entrar no consulado saudita em Istambul, proferiu há um ano palestra na Universidade Stanford, repetindo uma tese que lhe era cara: é difícil que reformas econômicas ou sociais prosperem na Arábia Saudita sem mudança política. 

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, se tornou o herdeiro do trono após um verdadeiro golpe palaciano Foto: Monique Jaques para The New York Times

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Khashoggi via o esforço de modernização, encabeçado pelo príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman, ou MBS, como disfarce à tentativa de concentrar poder e como ameaça à estabilidade regional. “Estou confuso sobre meu país”, dizia. “MBS faz tudo o que pedi como jornalista, contra corrupção, extremismo e poder dos príncipes; em favor de direitos femininos, música, diversão e cinema.”

Para Khashoggi, porém, MBS fazia a coisa certa – enfrentar o expansionismo iraniano – de modo errático e apressado. “Como pôr essa estratégia em prática sem um ambiente de debate, sem um discurso aberto, capaz de discutir fracassos e sucessos?”, perguntava.

ELEIÇÕES Para onde olhar nas legislativas americanas  Embora haja boa chance de os republicanos perderem a maioria na Câmara na eleição daqui a 16 dias, nem isso é certo. No Senado, o mapa continua desfavorável aos democratas. De 26 Estados onde tentam manter suas cadeiras, 9 deram vitória a Donald Trump em 2016. Para Rachel Bitecofer, do Wason Center for Public Policy, cinco são vulneráveis: Dakota do Norte, Virgínia Ocidental, Flórida, Indiana e Montana. Em contrapartida, os democratas poderiam recuperar até quatro cadeiras hoje republicanas: Arizona, Tennessee, Nevada e Texas.

ALEMANHA Baviera representa abalo no nacional-populismo Além da derrota da chanceler Angela Merkel, o encolhimento da União Social-Cristã (CSU) nas eleições da Baviera também representa um abalo no discurso contra imigrantes na Europa. A CSU fracassou apesar de ter adotado a retórica populista do Alternativa para a Alemanha (AfD). O próprio AfD ficou atrás de Verdes e liberal-conservadores. “A maioria dos europeus acredita que a direita tradicional dedicou atenção demais à imigração, em detrimento de questões mais importantes”, diz o cientista político Cas Mudde. “Hora de devolver a voz à verdadeira maioria silenciosa.”

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ESTUDO Populismo revigora democracia, afirma livro Toda democracia repousa sobre a soberania popular. “Mas, quando a maioria apoia com veemência políticas abjetas, muitos liberais, mesmo democratas convictos, ficam horrorizados”, escreve James Miller, da New School for Social Research, no recém-lançado Can democracy work? (“Pode a democracia funcionar?”). No livro, uma história do regime democrático desde os gregos, Miller afirma que a atual onda populista pode revigorar as democracias.

AVIAÇÃO  Reguladores abrem os céus a novo Concorde Depois de 45 anos de proibição, os Estados Unidos voltaram a autorizar o tráfego de jatos supersônicos comerciais sobre o país. O mercado poderá enfim pôr à prova as razões para o fracasso do Concorde – aposentado em 2003, após 27 anos no vermelho. Um estudo do Mercatus Center desmentiu, em 2016, mitos sobre as consequências auditivas, ambientais e financeiras da viagem supersônica. Para Samuel Hammond, coautor, inovações já adotadas no novo jato de 55 lugares da Boom Technology a tornarão mais confortável e econômica.

EDUCAÇÃO O benefício da biblioteca doméstica para os filhos Crescer em lares cheios de livros traz, na vida adulta, vantagens em escrita, matemática e resolução de problemas tecnológicos, diz um estudo da Universidade Nacional Australiana com 160 mil adultos de 31 países, publicado na Social Science Research. Os pesquisadores compararam bibliotecas domésticas e desempenho no exame padrão para medir a educação de adultos (PIACC). Ter 80 livros em casa correspondeu ao desempenho médio nas provas. Com mais de 350 livros, não houve “ganho significativo” em escrita, mas sim em resolução de problemas.

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