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Herói olímpico Haile Gebrselassie vai à guerra lutar contra forças rebeldes na Etiópia

Atleta decidiu se juntar ao exército; conflito matou milhares de pessoas em um ano

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Por Redação
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ADDIS ABABA - O medalhista de ouro olímpico etíope e herói nacional Haile Gebrselassie prometeu nesta quarta-feira, 24, juntar-se à luta contra as forças rebeldes em seu país.

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O campeão aposentado de 48 anos, que estabeleceu 27 recordes de corrida de longa distância, disse à agência Reuters que se sentiu compelido a se alistar porque a existência da Etiópia estava sob ameaça.

Haile disse acreditar que o esporte tem a ver com "paz e amor". Mas defendeu sua decisão de se juntar à luta contra as forças rebeldes de Tigray e seus aliados, que no mês passado ameaçaram marchar sobre a capital Adis Abeba.

"O que você faria quando a existência de um país estivesse em jogo? Você simplesmente largaria tudo”, declarou.

O conflito, que dura um ano, matou milhares de pessoas, fez com que mais de 2 milhões perdessem suas casas e deixou 400 mil enfrentando a fome em Tigray. A escalada aumentou após a ameaça das forças rebeldes de marchar sobre a capital, levando a esforços internacionais por um cessar-fogo.

Na quarta-feira, a mídia afiliada ao Estado informou que o primeiro-ministro, Abiy Ahmed, foi comandar a guerra desde as linhas de frente.

Haile Gebrselassie, medalhista de ouro olímpico etíope e herói nacional, se comprometeu na quarta-feira a se juntar à luta contra as forças rebeldes Foto: Tiksa Negeri/REUTERS

Haile considerou o conflito uma batalha em que a ameaça à Etiópia era uma ameaça a toda a África.

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“A Etiópia é um país que contribuiu muito para a África”, afirmou. "É um país exemplar. Se a Etiópia se ajoelhar, o resto também o fará.”

Em uma entrevista em seu escritório na capital, onde dirige mais de uma dezena de empresas imobiliárias, de hospitalidade, agricultura e educação, Haile falou sobre o papel que estava disposto a desempenhar na guerra.

"Você espera que eu diga até a morte? Sim, esse é o preço final em uma guerra", disse ele. "Não há como eu ficar sentado aqui com medo, porque ela chegará à minha porta.” /REUTERS

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