Hezbollah "alçou bandeira da vitória", alega presidente iraniano

"A promessa de Deus tornou-se realidade", disse Ahmadinejad a uma imensa multidão no Irã

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Por Agencia Estado
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O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse nesta terça-feira (15) que o Hezbollah "alçou a bandeira da vitória" sobre Israel e abortou os planos dos Estados Unidos para o Oriente Médio. Os principais incentivadores do Hezbollah - o Irã e a Síria - assumiram posições quase idênticas um dia depois da entrada em vigor de um cessar-fogo no Líbano: enalteceram a guerrilha por ter resgatado com sua suposta vitória o orgulho islâmico e afirmaram que a influência ocidental na região sofreu um sério revés. "A promessa de Deus tornou-se realidade", disse Ahmadinejad a uma imensa multidão em Arbadil, noroeste do Irã. "De um lado, eram os poderes corruptores dos criminosos Estados Unidos e Grã-Bretanha e os sionistas, com bombas modernas e aviões. E do outro lado, um grupo de jovens devotos confiando em Deus", disse ele. Em Damasco, o presidente sírio, Bashar Assad, avaliou que os planos de Washington para o Oriente Médio se mostraram "uma ilusão" depois que o Hezbollah resistiu ao poderoso Exército de Israel por 34 dias de conflito. "(Israel) foi derrotado... e (o Hezbollah) alçou a bandeira da vitória", discursou Ahmadinejad, enquanto muitos na multidão agitavam bandeiras amarelas do Hezbollah e iranianas. A multidão foi ao delírio quando o presidente considerou que o Hezbollah sabotou os planos de Washington e seus aliados para "criar o chamado novo Oriente Médio". "Os povos da região também perseguem o novo Oriente Médio, mas um Oriente Médio que seja livre da dominação dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha", frisou. Desde o início das hostilidades, no mês passado, Ahmadinejad e outros líderes islâmicos denunciaram repetidamente o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) por agir com extrema lentidão na busca por um cessar-fogo. O presidente iraniano disse que as Nações Unidas deveriam, agora, exigir reparação de guerra de Israel e de seus aliados, destacadamente os Estados Unidos. Ahmadinejad atraiu críticas internacionais por sugerir que Israel deveria ser "varrido do mapa" e rotular o Holocausto de mito. O presidente também disse que o Irã vai responder em 22 de agosto a proposta de incentivos econômicos e tecnológicos oferecida pelo Ocidente para que o país suspenda o enriquecimento de urânio. O Conselho de Segurança da ONU deu o prazo até 31 de agosto ao Irã para parar com o enriquecimento ou ficará sujeito a sanções. Nações ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos, suspeitam que o Irã esteja usando seu programa nuclear civil como fachada para o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã nega a acusação e assegura que suas usinas atômicas têm fins exclusivamente pacíficos de geração de energia elétrica.

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