Hezbollah anuncia boicote à eleição presidencial

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Por AP E REUTERS
Atualização:

Beirute - O grupo xiita libanês Hezbollah e sua base aliada afirmaram ontem que vão boicotar a sessão parlamentar para impedir que a coalizão governista consiga eleger um novo presidente para o Líbano. O processo eleitoral indireto começa hoje e pode se estender por até dois meses. Para que a eleição seja validada, o Parlamento precisa ter, no mínimo, dois terços de quórum. "Se não houver consenso, nosso bloco não vai comparecer à sessão", afirmou o parlamentar Ali Hassan Khalil, aliado do presidente do Parlamento e líder do movimento xiita Amal, Nabih Berri. Ontem, a polícia libanesa reforçou a segurança no prédio da Assembléia de Beirute por causa do início da eleição. Alguns dos parlamentares do bloco anti-Síria refugiaram-se em um hotel, temendo atentados como o que matou na semana passada o deputado Antoine Ghanem, integrante da coalizão governista 14 de Março. Tudo no Líbano é dividido de acordo com a religião. O Parlamento tem de ser metade cristão (a maioria maronita) e metade muçulmano (sunitas, xiitas e drusos). O presidente do Parlamento sempre é xiita; o premiê, sunita; e o presidente, cristão-maronita. O novo presidente substituirá Émile Lahoud, cujo mandato termina em 24 de novembro. Se não houver um presidente eleito até o fim de novembro, o Líbano pode acabar sem presidente ou com dois governos paralelos. Uma situação semelhante ocorreu em 1988, durante a guerra civil libanesa (1975-1990).

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