Hezbollah irá celebrar "vitória divina" sobre Israel

Há a suposição de que a manifestação desta sexta-feira pode ser a maior da história do Líbano

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Por Agencia Estado
Atualização:

Partidários do grupo islâmico Hezbollah no sul do Líbano começaram a caminhar nesta quinta-feira até Beirute a fim de participar amanhã da celebração pela "vitória divina e histórica" sobre Israel. Jornais avaliam que a manifestação desta sexta-feira pode ser a maior da história do Líbano. Mas o grupo não revelou se seu líder, xeque Hassan Nasrallah, vai participar da concentração. "Não falamos sobre isso" por razões de segurança, afirmou o porta-voz do Hezbollah, Hussein Rahhal. O xeque Nasrallah entrou na clandestinidade em 12 de julho, no início da guerra de 34 dias com Israel, e desde então não tem sido visto em público. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, em comentários publicados ainda nesta quinta-feira, recusou-se a dizer se Nasrallah ainda é um alvo para assassinato - mas uma ação do tipo por parte de Israel certamente provocaria outro turbilhão na região. "Não existe razão para eu notificar Nasrallah através da mídia sobre como agiremos. Não daremos a ele um aviso prévio. Ele está promovendo uma marcha da vitória porque perdeu", disse Olmert ao diário israelense Maariv. O ofensiva de mais de um mês de Israel, provocada pela captura pelo Hezbollah de dois soldados israelenses na fronteira, não conseguiu destruir a guerrilha nem libertar os militares. Nasrallah, então, convocou a manifestação no sul de Beirute, um bastião do Hezbollah fortemente bombardeado por Israel durante o conflito, a fim de celebrar a "vitória divina e histórica". Hoje, o palco estava sendo montado e bandeiras libanesas e amarelas do Hezbollah eram espalhadas pelo local. "Não estamos com medo. Se Israel bombardear a manifestação, então não acho que a usina nuclear de Dimona será suficiente para nossa vingança", disse um organizador que exigiu anonimato, referindo-se ao local onde supostamente Israel desenvolve secretamente armas nucleares. A maior manifestação já realizada no Líbano ocorreu em março de 2005, quando um milhão de pessoas saíram às ruas de Beirute para exigir que a Síria respeitasse a soberania libanesa e retirasse suas tropas do país, o que ocorreu um mês depois. O primeiro-ministro libanês, Fuad Saniora, apoiado pelo Ocidente, afirmou que não comparecerá à manifestação por não ter sido convidado. Ele está envolvido hoje numa luta política com o Hezbollah e seus apoiadores pró-Síria.

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