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Hezbollah nega plano de ataque no Egito

Por AP e CAIRO
Atualização:

O líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, negou ontem que seu grupo planeja cometer ataques no Egito, após autoridades do Cairo prenderem 49 supostos militantes que teriam ligação com a organização. Nasrallah admitiu que um dos presos, Sami Shehab, auxiliava a militância palestina. Mas forças de segurança egípcias disseram que os militantes presos planejavam ataques no Egito a mando do Irã. Nasrallah negou a informação. Sem se referir aos demais detidos, ele afirmou que Shehab "apenas" traficava armamento para a Faixa de Gaza. "Se ajudar nossos irmãos que vivem sob ocupação, massacres e miséria é um crime, eu confesso este crime", disse na TV oficial do Hezbollah. Na quinta-feira, uma autoridade da segurança egípcia citada pelo jornal Al-Ahram revelou que dois funcionários iranianos coordenavam um plano de ataque em larga escala contra alvos no Egito. A operação seria realizada por militantes do Hezbollah, grupo aliado de Teerã. O Ministério da Justiça do Egito afirmou em comunicado que os libaneses detidos conduziam "operações hostis" com o objetivo de "desestabilizar o país". A acusação foi feita em meio à crescente preocupação do Egito e da Arábia Saudita por causa da crescente influência iraniana no Oriente Médio. O presidente egípcio, Hosni Mubarak, foi alvo de duras críticas no mundo árabe por sua suposta passividade diante da ofensiva de Israel em Gaza, em janeiro. Nasrallah negou que o Hezbollah atue fora do Líbano e disse que as acusações fazem parte de "uma campanha para prejudicar a imagem do grupo diante da população egípcia". PENÍNSULA DO SINAI De acordo com um relatório do governo do Egito, os homens detidos haviam sido recrutados pelo Hezbollah para observar e coletar informações sobre localidades turísticas na Península do Sinai - um dos principais destinos de israelenses. A agência antiterror egípcia chegou a afirmar que o objetivo era lançar ataques a bomba e sequestrar turistas de Israel. Os supostos militantes já teriam recebido treinamento e material para cometer os ataques.

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