Hezbollah resiste ao ataque israelense em território do Líbano

"Confrontos continuam e combatentes impedem avanço sionista", informa a milícia xiita libanesa

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Por Agencia Estado
Atualização:

Combatentes do Hezbollah estão resistindo ao ataque de soldados israelenses que tentam penetrar no território do Líbano, informou nesta quinta-feira a televisão Al- Manar, órgão da milícia xiita libanesa. A emissora divulgou a informação depois de o Hezbollah garantir, em comunicado, que rechaçou nesta manhã (horário local) uma incursão militar perto da aldeia Maron al-Raas, onde dois tanques Merkava israelenses teriam sido destruídos. "Os confrontos continuam em Maron al-Raas e os combatentes da resistência impedem o avanço dos sionistas (israelenses)", afirmou a emissora, citando "fontes da resistência". O Hezbollah afirmou que seus milicianos tinham conseguido repelir várias incursões do Exército israelense nas últimas 24 horas. Segundo a rede Al-Manar, morreram seis soldados israelenses nos combates. A aviação israelense atacou nesta quinta a cidade de Beirute, além de algumas aldeias no sul do Líbano, segundo fontes policiais e rádios locais, que não falaram de vítimas. Até agora, o saldo das operações israelenses no Líbano é de pelo menos 300 mortos e mais de mil feridos. Chefes militares israelenses encarregados da ofensiva contra a milícia islâmica do Hezbollah aconselharam a população civil a abandonar as aldeias do sul do Líbano. Neste local, o Exército mantém as suas operações por terra ao longo da fronteira. Milhares de civis nas localidades israelenses da Galiléia, ao longo da fronteira de 110 quilômetros com o Líbano, e até a cidade de Haifa, passaram a noite (horário local) em abrigos pela sétima vez. Mas não foram registrados ataques durante a madrugada desta quinta-feira. De acordo com a imprensa local, fontes militares israelenses insistem que o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, estava com outros dirigentes no bunker que a aviação israelense atacou na noite de quarta-feira. Ainda segundo as fontes militares, as bombas de alto poder de destruição atingiram o alvo. Os bombardeiros lançaram 23 toneladas de dinamite sobre o suposto bunker de Nasrallah no campo de refugiados palestinos de Burch el-Barachne, ao sul de Beirute. O Hezbollah desmente a informação, dizendo que o local era uma mesquita em construção. A última aparição de Nasrallah foi há quatro dias, em uma mensagem gravada. O ministro de Segurança Interior de Israel, Avi Dichter, ex-chefe do Serviço de Segurança Geral (Shin Bet), disse na manhã desta quinta-feira (horário local) que os milicianos libaneses tentam evitar a fuga dos aldeões do sul "usando suas armas para ameaçar a população". Ataques Até agora, os soldados da infantaria israelense, apoiados pela aviação e a artilharia, penetraram numa faixa de um quilômetro e meio no território libanês. As tropas estão destruindo sistematicamente as posições do Hezbollah. Segundo fontes militares, centenas de guerrilheiros se encontram no sul do Líbano, de onde disparam foguetes Katiusha contra localidades do norte de Israel. Fontes da Força Aérea anunciaram que, desde o início da ofensiva, foram bombardeados 200 pontos de lançamento de mísseis e foguetes contra Israel. As operações em terra são feitas por "pequenas unidades" para desmantelar a infra-estrutura da milícia islâmica, mas podem ser ampliadas. Na madrugada desta quinta-feira (horário local) a Força Aérea continuou seus ataques a postos da milícia, pontes, estradas e ao aeroporto de Beirute. "Israel não vai admitir que o Hezbollah mantenha as suas forças ao longo da fronteira", afirmou Dichter. Ele culpa a milícia, que conta com o apoio de Irã e Síria, pelo fato de Beirute, que era a ´Paris do Oriente Médio´ ter se tornado ´a Gaza do Oriente Médio´, após os ataques de Israel. Milicianos do Hezbollah feriram, nesta quinta-feira, dois soldados israelenses com um foguete antitanques, informaram fontes militares no norte de Israel. O incidente aconteceu em Avivim, na fronteira, onde na quarta-feira os guerrilheiros libaneses haviam matado dois soldados israelenses durante um intenso combate. Não há informações sobre baixas entre os milicianos do Hezbollah. Segundo as fontes, os dois soldados feridos estavam dentro de um tanque quando foram atacados pelo Hezbollah. O estado de um deles é grave. Unidades da infantaria israelense, apoiadas pela aviação e pela artilharia, continuam suas operações em território libanês. O objetivo é destruir instalações da milícia, que teria cerca de 7 mil homens. "Algumas Semanas" A ofensiva militar contra a milícia xiita libanesa Hezbollah (Partido de Deus), que começou há nove dias, pode levar mais "algumas semanas", afirmou nesta quinta um dos chefes do comando militar do norte de Israel, coronel Alon Fridman. "O desenvolvimento vai depender do programa de ação que escolhermos", disse o militar à rádio pública. Ele explicou que os guerrilheiros islâmicos estão postados ao longo da fronteira de 110 quilômetros com Israel, desde a costa do Mar Mediterrâneo até o maciço do Golã. Fridman não quis comentar a situação do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que, segundo fontes da Força Aérea, foi atacado com outros dirigentes num suposto abrigo subterrâneo no campo de refugiados palestinos de Burch el-Barachne, ao sul de Beirute. Há quatro dias Nasrallah não fala nem é visto em público. Unidades da infantaria israelense, apoiadas pela aviação e pela artilharia, continuam suas operações em território libanês. O objetivo é destruir instalações da milícia e impedir que os guerrilheiros libaneses voltem a atacar cidades, povoados e aldeias do norte e do centro de Israel. Texto atualizado às 05h48

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