Hezbollah responde com mísseis a bombardeio israelense

O grupo disparou contra o norte de Israel cerca de 140 mísseis em represália ao bombardeio que deixou pelo menos 57 mortos no Líbano

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Por Agencia Estado
Atualização:

O grupo xiita libanês Hezbollah respondeu neste domingo ao bombardeio realizado na última madrugada pela força aérea israelense contra a cidade de Qana - ação que deixou 57 mortos, na maioria crianças - com o lançamento de pelo menos 140 mísseis sobre o norte de Israel, o maior ataque desde o início do conflito. A ação da Força Aérea israelense, que bombardeou um complexo de edifícios de Qana que serviam de abrigo para civis, provocou a crítica quase unânime da comunidade internacional, a surpresa dos políticos israelenses e, finalmente, a reação do Hezbollah, que lançou pelo menos 140 mísseis sobre o norte de Israel. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que se encontra em Israel com o objetivo de negociar um cessar-fogo, decidiu prolongar sua visita - a segunda em cinco dias -, mas não irá ao Líbano, como estava previsto no início. O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, afirmou que nas atuais circunstâncias a visita de Rice a Beirute é inviável. Para dissipar as críticas, o exército israelense afirmou que a cidade de Qana é um "ponto estratégico" do Hezbollah, que usa edifícios civis para guardar e lançar mísseis. Uma fonte militar disse que, antes do bombardeio, a força aérea "advertiu a população com o lançamento de panfletos" nos quais se pedia aos civis que abandonassem a região. O chefe de operações da Força Aérea israelense, o general-de-brigada Amir Eshel, afirmou neste domingo que as primeiras investigações sobre o bombardeio da aldeia libanesa revelam que o edifício foi bombardeado horas antes do desabamento. "O bombardeio do edifício aconteceu entre meia-noite e 1h da madrugada e os relatórios procedentes do Líbano, sobre a casa que tinha sido destruída, chegaram apenas entre 8h e 8h30 da manhã", declarou o militar em entrevista coletiva no Ministério da Defesa, em Tel Aviv. Na mesma oportunidade, o chefe de Operações do Exército israelense, general Gadi Eizenkot, afirmou que "desde o início da crise a cidade tinha sido usada como refúgio de terroristas e zona de lançamento de mísseis". Segundo observadores, o massacre de Qana piora a atual crise no Oriente Médio, que começou no último dia 12 com a morte de três soldados israelenses e o seqüestro de outros dois por milicianos do Hezbollah no lado israelense da fronteira. O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, assim como os titulares de Defesa, Amir Peretz, e de Assuntos Exteriores, Tzipi Livni, expressaram seu pesar pela morte dos civis de Qana.

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