Hezbollah usou ONU como ´escudo´, diz jornal israelense

A afirmação teria sido feita por um dos observadores da ONU pouco antes de morrer um em bombardeio a um posto da organização no Líbano

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Por Agencia Estado
Atualização:

O jornal israelense Yediot Aharonot publicou nesta sexta-feira que um observador da Organização das Nações Unidas (ONU), morto no bombardeio a um posto da organização no Líbano, disse antes de morrer que o Hezbollah estava usando o local como ?escudo? contra os ataques israelenses. Seis dias antes de sua morte, o major canadense Paeta Hess-von Kruedener enviou um e-mail a seu comandante, o general Lewis MacKenzie, que informou o conteúdo da mensagem a uma rádio canadense. O major teria escrito que estava enfrentando forte perigo, uma vez que os militantes libaneses costumavam correr em volta da base da ONU, atraindo a maior parte dos ataques de Israel. ?Diariamente, temos vivido inúmeras ocasiões em que nossa posição esteve sobre ataques diretos ou indiretos tanto da artilharia quanto dos bombardeios aéreos. O (ataque) mais próximo da artilharia caiu a dois metros de nossa posição, e o mais distante, a cem metros da nossa base de patrulha?, disse o militar canadense. Apoio a ataques O Yediot Aharonot apresenta ainda uma pesquisa realizada pelo próprio jornal que revela ainda que o apoio dos israelenses à guerra contra o Hezbollah caiu. Para 48% deles, Israel deve continuar os ataques até que o Hezbollah seja ?arrasado? - uma queda de dez pontos percentuais em relação à mesma pesquisa divulgada dez dias atrás. Outros 30% crêem que o objetivo deve ser afastar a milícia da fronteira, e 21%, que os ataques devem dar lugar às negociações - mais que os 17% da primeira pesquisa. Desde o início da ofensiva, 423 libaneses (a maioria civis) e 51 israelenses (18 civis) morreram. Pressão A desproporção entre os mortos dos dois lados serviu de mote para uma carta aberta em que o jornal britânico The Independent pede ao primeiro-ministro Tony Blair que pressione o presidente americano George W. Bush por ?um cessar-fogo imediato?. O diário de centro-esquerda estampa em sua primeira página assinaturas de 42 personalidades - entre elas o teatrólogo e prêmio Nobel Harold Pinter, os músicos Peter Gabriel e Brian Eno, além de políticos, embaixadores e ativistas de direitos humanos. Eles pedem ?intervenções urgentes para que Israel encerre sua resposta desproporcional e contra-producente à agressão do Hezbollah, e também para que o Hezbollah cesse seus ataques a Israel e devolva os soldados abduzidos?. Tony Blair viajou a Washington onde se reúne nesta sexta-feira com George W. Bush. O primeiro-ministro inglês dirá ao chefe de Estado americano que um cessar-fogo é ?questão de urgência?, informou o diário britânico The Guardian , que disse ter ouvido fontes oficiais. Conversações O diário pan-árabe sediado em Londres Al-Hayat destaca que a Cruz Vermelha e a Alemanha mediaram os primeiros contatos entre Israel e o Hezbollah. Segundo a reportagem, os contatos, feitos na quarta-feira, devem estabelecer condições para uma troca de prisioneiros e uma solução para o fim das hostilidades entre as duas partes. O jornal diz que os líderes do Hezbollah ficaram incomodados com a declaração do ministro libanês de Relações Exteriores, Fawzi Salloukh, de que os soldados capturados estavam em boas condições de saúde. Oficialmente, a milícia se recusa a dar detalhes sobre os dois militares. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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