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Hillary Clinton inicia giro de 11 dias pela África no Quênia

A secretária de Estado americana afirmou que 'ameaça terrorista à Somália é ameaça aos EUA'

Por Efe
Atualização:

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, iniciou seu girou de 11 dias pela África no Quênia, onde afirmou que seu país "vê de forma muito séria a ameaça do grupo radical islâmico Al Shabab à Somália e ao resto do mundo".

 

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Hillary participa de atuação de bailarinos tradicionais no Quênia. Foto: Efe

 

"Caso o Al Shabab instale seu refúgio na Somália, poderia atrair também a Al Qaeda e outros grupos terroristas, colocando em perigo outros países, inclusive os Estados Unidos", disse Hillary durante uma entrevista coletiva ao lado do presidente somali, Sheikh Sharif Sheikh Ahmed, com quem se reuniu em Nairóbi, na primeira parada da sua viagem por sete países africanos.

 

Esta é a primeira vez que um funcionário do alto escalão do Governo americano se reúne com um presidente somali desde 1991, quando o ditador Muhammad Siad Barre foi derrubado e a Somália mergulhou numa crise política e numa guerra civil.

 

Hillary afirmou que, "de acordo com as informações trocadas com o presidente Ahmed, o Al Shabab recebe ajuda estrangeira, não só humana e material, mas também ideológica".

 

Um dos países que oferece apoio à organização é a Eritréia, nação que historicamente deu asilo a grupos rebeldes da Somália e que foi denunciada por armar radicais com o objetivo de derrubar o governo vizinho.

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"Com relação à Eritréia, queremos deixar muito claro que suas ações são inaceitáveis e que tomaremos medidas se estas não cessarem", disse a secretária de Estado, que aconselhou as autoridades de Asmará a "desistir de seu apoio ao Al Shabab" e também a "deixar de ser um fator desestabilizador" para a Somália.

 

A chefe da diplomacia dos EUA reiterou que seu país considera a organização "um grupo terrorista com estreitos vínculos com a Al Qaeda".

 

O Al Shabab era o braço militar da antiga União das Cortes Islâmicas (UCI), grupo fundamentalista que governou o centro e o sul da Somália de junho a dezembro de 2006, quando foi expulso pelas tropas governamentais somalis e o Exército etíope, com apoio tático dos Estados Unidos.

 

Ahmed, que lidera o Governo Federal de Transição da Somália (GFT) desde janeiro, era um dos líderes moderados da UCI e hoje é considerado um "apóstata" pelo Al Shabab.

 

"(O Al Shabab e a Al Qaeda) terem uma interpretação errada do Islã e a utilizarem como justificativa para matar milhares de inocentes não significa que o islamismo seja uma religião que não promova a paz e a liberdade", disse Ahmed, que afirmou que seu Governo "está comprometido em tirar a Somália de mais de 20 anos de guerras e sofrimento".

 

Hillary assegurou que "avaliará o pedido de ajuda do presidente somali" e declarou que sua Administração "continuará oferecendo apoio à Somália em diferentes âmbitos, como vem fazendo há anos".

 

A chefe da diplomacia americana disse que propôs ao presidente Barack Obama - que aprovou a medida - acelerar a ajuda à Somália para que o país recupere a estabilidade e saia do conflito.

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Outro grande problema que deriva do caos no qual o país está imerso é a avalanche de refugiados a outros países, sobretudo para o Quênia, que recebe cerca de 6.500 a cada mês e onde já vivem mais de 300 mil, segundo a Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

 

Após a entrevista coletiva, Hillary se dirigiu ao aeroporto de Nairóbi, onde embarcou rumo à África do Sul.

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