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Hillary condena violência na Líbia e pede respeito aos direitos humanos

Repressão do governo é uma 'carnificina inaceitável', diz secretária de Estado dos EUA

Atualização:

WASHINGTON - A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, condenou nesta terça-feira, 22, a "completamente inaceitável" repressão violenta do governo da Líbia contra os manifestantes que pedem o fim do regime do ditador Muamar Kadafi. A americana pediu que o governo respeite os direitos do povo líbio.

 

 

"Essa carnificina é completamente inaceitável", disse Hillary no Departamento de Estado, após relatos de que centenas de pessoas foram mortas nos últimos dias de rebelião popular contra o coronel. "É a responsabilidade do governo da Líbia respeitar os direitos universais do seu próprio povo, incluído o direito do povo se reunir e expressar livremente", afirmou.

 

 

Hillary ainda disse que Washington tomará as "medidas apropriadas" sobre a situação na Líbia. "Enquanto entendemos melhor o que está acontecendo - pois sabemos que as comunicações estão cortadas - tomaremos os passos adequados em linha com a nossa política, nossos valores e nossas leis", disse. A comunidade internacional tem sido crítica com os EUA devido à postura de distanciamento dos americanos em relação à violência registrada nos últimos dias.

 

 

Nesta terça, o líder líbio fez seu segundo discurso na televisão em menos de um dia. Kadafi afirmou que não deixará o país, como pedem os manifestantes, e que "morrerá como um mártir". Ele ainda criticou os opositores que foram às ruas, chamando-os de terroristas e drogados, e afirmou que lutará contra eles.

 

A Líbia tem vivido dias de tensão por conta das manifestações contra o coronel. Nos últimos dias, houve escalada da violência e quase 300 pessoas morreram devido à repressão das forças armadas e do choque entre manifestantes e simpatizantes do governo. Testemunhas disseram que aviões e helicópteros militares bombardearam marchas na segunda-feira e que havia mercenários pagos pelo governo para disparar contra a população na capital, Trípoli.

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As marchas em Trípoli, Benghazi e outras cidades líbias seguem-se às revoltas populares que derrubaram ditaduras que duravam décadas no Egito e na Tunísia. Kadafi está no poder na Líbia há 41 anos e mantém os militares e a mídia do país sob forte controle. O país tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África, mas a riqueza obtida com o abundante petróleo não é bem distribuída entre a população. O índice de desemprego é de cerca de 30%.

 

Com Reuters

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