Hillary critica líderes do Quênia por não solucionarem crise

Presidente e premiê se envolveram em uma disputa política em 2007 que deixou mais de 1.300 mortos

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Por Associated Press
Atualização:

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, condenou nesta quarta-feira, 5, a corrupção generalizada no Quênia e afirmou que os negócios e o comércio na África não podem crescer sem uma boa administração e uma democracia sólida.

 

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Em uma entrevista coletiva, disse que "o verdadeiro progresso econômico da África dependerá de governos responsáveis que recusem a corrupção, apliquem o império da lei e produzam resultados para seus povos". "Isso não interessa somente ao governo, mas também aos negócios", disse Hillary ao presidente Mwai Kibaki e ao primeiro-ministro Raila Odinga, que protagonizaram uma violenta disputa pós-eleitoral, em dezembro de 2007, que deixou cerca de 1.300 mortos e só acabou com a formação de um governo de coalizão.

 

A secretária de Estado criticou duramente os líderes do país por não terem realizado reformas que foram parte de um acordo para compartilhar o poder destinado a acabar com a crise pós-eleitoral, inclusive a falta de julgamentos por conta da violência que tomou conta do Quênia na ocasião. "Lamentavelmente, a solução dessa crise não se traduziu no tipo de progresso político que o povo queniano merece", disse Hillary, acrescentando que a falta de instituições democráticas firmes "permitiram a corrupção, a impunidade, a violência de motivação política e a falta de respeito pela lei".

 

A secretária chegou na terça feira, 4, ao Quênia, terra natal do pai do presidente americano, Barack Obama, onde iniciou um tour de 11 dias por 7 países do continente.

 

Além de se reunir com políticos locais, a secretária participará de um seminário sobre comércio com representantes de países africanos com o objetivo de aumentar os investimentos dos EUA na África.

 

Na quinta-feira, ainda em Nairóbi, ela se encontrará com o presidente da Somália, Sheikh Sharif Ahmed. Hillary deverá reiterar o apoio de Washington ao governo de transição somali, bastante ameaçado por fundamentalistas islâmicos.

 

Viagem

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Em seguida, Hillary parte para uma visita de três dias pela África do Sul, onde terá uma série de reuniões com a chanceler Maite Nkoana-Mashabane e se encontrará com o ex-presidente Nelson Mandela.

 

Em sua mais longa viagem desde que assumiu a chefia da diplomacia americana, Hillary visitará também Nigéria, Angola, República Democrática do Congo, Libéria e Cabo Verde.

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