
16 de setembro de 2010 | 15h55
JERUSALÉM - A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse nesta quinta-feira, 16, que será "extremamente útil" para Israel se o governo estender a moratória da construção de novos assentamentos na Cisjordânia, inclusive se o fizer por um tempo indeterminado.
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"Considerando o estágio que estamos nas negociações, seria extremamente útil", disse Hillary em entrevista a um canal israelense. "Não creio que uma extensão limitada mine o avanço do diálogo de paz se houver uma decisão acordada por ambas as partes", completou.
Mais cedo nesta quinta, o jornal árabe baseado em Londres Asharq al-Awsat adiantou que os EUA sugeriram a israelenses e palestinos uma extensão de três meses na moratória na expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia. Segundo o diário, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, teria concordado com a proposta, mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não se posicionou.
Abbas, também na quinta, disse que não há alternativa a não ser continuar negociando com Israel. Ele não disse, porém, se pretende manter o diálogo mesmo com novas construções nos assentamentos, em áreas que os palestinos querem como parte de seu futuro Estado. Anteriormente, Abbas chegou a dizer que essa atitude israelense impossibilitaria o diálogo.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, também afirmou ter pedido a Israel a extensão da moratória por mais três meses. Mubarak participa das negociações entre palestinos e israelenses, retomadas no início deste mês.
Retomada
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisadas há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. As conversas só foram retomadas com a mediação do Egito e dos EUA.
A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.
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Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.
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