HANÓI - A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, exigiu do governo do Vietnã nesta quinta-feira, 22, que melhores seu histórico em relação aos direitos humanos e prometeu uma maior cooperação com o país asiático para que supere as sequelas do chamado "agente laranja" usado na Guerra do Vietnã.
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Em visita à capital Hanói para comemorar o 15º aniversário da normalização das relações entre os EUA e o Vietnã, Hillary elogiou seus anfitriões pela "população extraordinária e dinâmica" e assegurou que "estão no caminho de se transformarem em uma grande nação com potencial sem limite".
A secretária, entretanto, disse que é necessário que o governo comunista acompanha esta expectativa com o levantamento de restrições à liberdade de expressão e à atividade política do país.
"Entre outras razões, expressamos preocupação pelas prisões e condenações de dissidentes pacíficos, pelas agressões contra grupos religiosos e pelas restrições à liberdade na internet", disse Hillary em uma entrevista coletiva junto do chanceler vietnamita Pham Gia Khiem.
A secretária ainda afirmou que o governo do presidente Barack Obama deseja trabalhar com o Vietnã "para apoiar as ações relacionadas às reformas e à proteção dos direitos e liberdades fundamentais.
Khiem, porém, disse que estes eram assuntos nos quais o Vietnã e os EUA têm "diferenças". "Os direitos humanos têm valores comuns, mas dependem bastante dos valores culturais e históricos de cada país", disse o chanceler, acrescentando que Obama já havia dito que tais valores não devem ser impostos a partir de forças do exterior.
Hillary também prometeu a continuidade da cooperação com o Vietnã para ajudar o país para superar as sequelas da substância tóxica conhecida como agente laranja. Segundo as autoridades locais, o uso do material na Guerra do Vietnã causou danos à saúde a pelo menos 3 milhões de vietnamitas.
De 1962 a 1971, durante a guerra entre ambas nações, as força armadas dos EUA lançaram cerca de 41,6 milhões de litros do agente laranja em extensas zonas do sul do Vietnã. Especialistas dizem que a dioxina presente no material causou cânceres, más formações genéticas e outros males entre a população.