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Hillary pede que Israel prorrogue moratória em assentamentos

Israelenses e palestinos começam segunda rodada de negociações de paz mediada no Egito

Atualização:

 

SHARM EL-SHEIKH - O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, disse nesta terça-feira, 14, que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu que o premiê israelense Benjamin Netanyahu prorrogue a moratória na construção de assentamentos na Cisjordânia.

 

 

Segundo o americano, Hillary pressionou Israel a estender a paralisação da construção de novos assentamentos, cujo prazo expira no próximo dia 26, mas não recebeu resposta do líder israelense. Mitchell, porém, disse que as negociações "vão pelo caminho certo de uma forma geral".

 

As declarações de Mitchell foram feitas logo após uma reunião de mais de uma hora e meia com Abbas e Netanyahu mediada pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. 

 

Abbas ameaça se retirar das negociações caso Israel retome a construção de novas colônias na Cisjordânia. O israelense, por sua vez, disse ao jornal Haaretz na segunda que planeja retomar um plano do seu antecessor, Ehud Olmert, no qual é prevista a concentração das obras nos três maiores assentamentos judaicos - Ariel, Gush Etzion e Ma'aleb Adumim.

 

As negociações diretas estavam paralisadas há mais de um ano e meio e sua retomada foi anunciada no início do mês. Palestinos e israelenses devem entrar em acordo no prazo máximo de um ano.

 

Outros temas

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Netanyahu quer discutir primeiro temas da segurança israelense, e quer ainda que os palestinos reconheçam Israel como um Estado judaico. Já os palestinos querem primeiro definir as fronteiras de um futuro Estado palestino e do status de Jerusalém, além de discutir o retorno dos refugiados palestinos que fugiram ou foram expulsos em 1948 da área onde hoje fica Israel.

 

Um funcionário israelense disse a repórteres, pedindo anonimato, que Hillary decidiria a agenda das negociações.

 

Negociações

 

As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisadas há 19 meses, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos. Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.

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