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História de luta começa no Chaco e termina no Iraque

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Por Redação
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Nos anos 30, o petróleo foi o estopim de uma guerra, a do Chaco, entre Bolívia e Paraguai. O conflito explodiu em razão da suspeita de reservas de petróleo na região. A Standard Oil explorava o lado boliviano, enquanto a Shell, o paraguaio. Quase 100 mil mortos depois, a guerra entrou para a história como o mais violento conflito na América do Sul no século 20 e uma das primeiras guerras por petróleo da história. Durante a 2ª Guerra, a expansão japonesa no Sudeste Asiático, o avanço alemão em direção ao Cáucaso soviético e os planos de lançar o Afrika Korps do general nazista Erwin von Rommel sobre os campos de petróleo do Oriente Médio mostram que o petróleo continuou tendo papel fundamental na geopolítica global. Ainda hoje, apesar das negativas de Washington, são poucos os que acreditam na fábula das armas de destruição em massa. "Bem antes do 11 de Setembro, o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, e vários estrategistas da Casa Branca, já estava debruçados sobre mapas do Iraque e calculando a quantidade de petróleo iraquiano que poderiam pôr no mercado", disse o analista Paul Roberts. O resultado da invasão, segundo ele, foi um desastre. Antes da chegada dos americanos, o Iraque extraía 3,5 milhões de barris diários. Hoje, produz 2,5 milhões. "Do ponto de vista econômico, a invasão foi um fracasso", disse o professor Víctor Poleo, da Universidade Central da Venezuela, referindo-se aos quase US$ 200 bilhões anuais que os EUA queimam na guerra. "Com despesas desse tamanho, o custo real de um barril de petróleo é maior que US$ 200." Os EUA mantêm hoje 737 bases militares em 130 países diferentes, que empregam 2,5 milhões de funcionários. "Parte desse contingente é a garantia de que o suprimento seja mantido", disse Poleo. Um exemplo seria a súbita importância da África. Segundo estimativas, em dez anos os africanos serão os maiores fornecedores de petróleo dos EUA. Em 2007, Washington criou um comando militar - o Africom - especialmente para assegurar acesso aos recursos naturais do continente, objetivo reconhecido pela própria Casa Branca.

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