
17 de agosto de 2017 | 11h01
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 17, que a história e a cultura dos Estados Unidos estão sendo destruídas pela remoção de estátuas que recordam a era Confederada.
"Triste ver a história e a cultura de nosso grande país sendo destruídas pela remoção de nossas belas estátuas e monumentos", escreveu Trump no Twitter. "Você não pode mudar a história, mas pode aprender com ela. Robert E Lee, Stonewall Jackson - quem é o próximo? Washington, Jefferson? Que tolice!"
O presidente americano também disse que a "beleza (das estátuas)" que está sendo removida de várias cidades e parques americanos "deixarão muita saudade e nunca poderão ser substituídas por algo comparável".
Várias estatuas de heróis confederados foram retiradas ou já tiveram a retirada programada nos EUA depois que um protesto de supremacistas brancos e nazistas no fim de semana para defender um destes símbolos terminou em violência em Charlottesville, na Virgínia.
A manifestação virou uma tragédia, quando um simpatizante neonazista atropelou manifestantes antirracismo, matando Heather Heyer, de 32 anos, e ferindo outras 20 pessoas.
Além de criticar a remoção das estátuas, o presidente americano publicou mensagens em seu microblog atacando senadores de seu próprio partido, que criticaram a resposta do líder americano ao episódio de violência racista na Virgínia.
Sad to see the history and culture of our great country being ripped apart with the removal of our beautiful statues and monuments. You..... — Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 17 de agosto de 2017
"Lindsey Graham, em busca de publicidade, afirmou falsamente que eu disse que há uma equivalência moral entre o KKK, neonazistas e supremacistas brancos... e pessoas como a senhora Heyer", afirmou Trump no Twitter.
"Isso é uma mentira nojenta", atacou. "Ele não pode esquecer de sua derrota eleitoral. O povo da Carolina do Sul vai se lembrar!", acrescentou Trump sobre o veterano senador republicano, aparentemente se referindo à derrota de Graham nas primárias presidenciais do ano passado.
Na quarta-feira, Graham afirmou que a reação de Trump a violência racista na Virgínia estava dividindo o país por fazer uma "equivalência moral" entre os supremacistas brancos e Heather Heyer.
"Eu, junto com muitas outras pessoas, não respaldo esta equivalência moral", disse Graham. "Muitos republicanos lutaram contra a ideia de que o Partido de Lincoln estende um tapete de boas vindas para os David Duke do mundo", completou o senador, fazendo referência ao ex-líder da Ku Klux Klan.
Abraham Lincoln, o presidente americano que libertou os escravos e derrotou a confederação sulista na Guerra de Secessão de 1861-1865, era um proeminente republicano e é um das figuras mais reverenciadas na política americana.
Trump também atacou publicamente o senador republicano pelo Arizona Jeff Flake e manifestou publicamente seu apoio a Kelli Ward, candidato que enfrentará o atual senador nas primárias para a votação ao legislativo americano, em 2018.
"É ótimo ver que o Dr. Kelli Ward está disputando de novo contra Jeff Flake, que é fraco na questão das fronteiras, do crime e desnecessário no Senado. Ele é um lixo!", tuitou Trump.
Flake é um dos grandes opositores do magnata na questão imigratória, especialmente no empenho de Trump de constuir um muro fronteiriço com o México que afetaria o Estado que ele representa. Nesta semana, ele também foi contra as declarações do presidente sobre o episódio na Virgínia.
"Não podemos aceitar desculpas sobre a supremacia branca e os atos de terrorismo interno. Devemos condenar. Ponto", afirmou Flake sobre o assunto. / EFE
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