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Holanda quer banir véus islâmicos

Peças que cobrem rostos não estão de acordo com a cultura holandesa, argumenta o governo

Atualização:

AMSTERDÃ - O governo da Holanda informou nesta sexta-feira, 16, que planeja banir o uso de véus como os usados por mulheres muçulmanas porque tais peças não estão de acordo com o modo de vida e a cultura holandesa. O premiê Mark Rutte ainda anunciou regras mais severas sobre imigrantes e estrangeiros asilados que buscam a cidadania holandesa.

 

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"O governo acredita que o uso de roupas que cobrem completa ou quase inteiramente o rosto está fundamentalmente em desacordo com nossa vida pública, onde as pessoas são reconhecidas por seus rostos", informou o comunicado divulgado pelo governo. "Peças que cobrem rostos impedem o reconhecimento das pessoas e vai de encontro aos princípios de igualdade entre homens e mulheres, especialmente mulheres", conclui a nota.

 

As novas medidas refletem a influência do parlamentar Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade, a terceira maior força do Parlamento holandês. A legenda, que apoia medidas anti-imigração e anti-Islã, tem um pacto de apoio com o governo de coalizão em troca a aprovação de políticas conservadoras.

 

O governo informou que a proibição dos véus não visa a restrição das liberdades religiosas no país, mas é "necessária e se justifica pelo interesse de proteger as características e o modo de vida na Holanda". A proposta será apresentada ao Conselho de Estado, depois à Corte Administrativa e então ao Parlamento. Não foram detalhados prazos.

 

Peças árabes como a burca e o niqab, que cobrem o rosto das mulheres, são comumente vistos nas ruas holandesas, mas a maior incidência é de véus que deixam o rosto à mostra. A França já aplicou proibições do tipo no ano passado e nesta sexta proibiu que orações sejam feitas nas ruas.

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