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Holandês que ficou em hotel londrino tem traço de polônio

O ex-espião Alexander Litvinenko morreu devido aos efeito da mesma substância

Por Agencia Estado
Atualização:

Um holandês que se hospedou no hotel londrino onde o ex-espião russo Alexander Litvinenko manteve reuniões antes de morrer apresenta traços do elemento radioativo polônio 210, disseram autoridades holandesas na sexta-feira, 29. Litvinenko morreu no University College Hospital, onde estava internado havia três semanas por causa de um suposto envenenamento, em 23 de novembro em um hospital de Londres, semanas depois de ser contaminado pela mesma substância. "Essa pessoa tem um baixíssimo nível de polônio 210. É menor do que uma pessoa receberia de polônio no tabaco ou na comida", disse Wilbert Ransz, porta-voz do Instituto Nacional Holandês de Saúde Pública e Meio Ambiente. A pessoa, que não foi identificada, está entre 24 holandeses que se hospedaram no Millenium Hotel entre 31 de outubro e 2 de novembro. Elas haviam sido chamadas para exames neste mês, e uma delas deu positivo. A pessoa seria examinada novamente após cerca de dois meses, e a expectativa é de que o nível de polônio diminua ainda mais, disse Ransz. Litvinenko encontrou cidadãos russos no Millenium em 1º de novembro, o dia em que ele adoeceu. Em nota escrita no seu leito de morte e divulgada por amigos postumamente, ele acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de encomendar sua morte. O Kremlin rejeitou a acusação, o que não impediu danos à sua imagem. Cinco países participam das investigações. Espião Radicado em Londres há seis anos, Litvinenko deu entrada num hospital no começo do mês e foi transferido para outro após piora do quadro de saúde. Ele teria passado mal após almoçar num restaurante japonês com o italiano Mario Scaramella, que teria informações sobre os assassinos da jornalista russa Anna Politkovskaya, também crítica do governo russo, morta a tiros em seu apartamento em Moscou no mês passado. Alexander Goldfarb, que ajudou Litvinenko a procurar asilo no Reino Unido em 2000, disse que o amigo contou por telefone, já no hospital, que teve outro encontro antes de ir ao restaurante japonês. Litvinenko esteve em um hotel central de Londres, onde encontrou-se rapidamente para um chá com dois homens de Moscou - um deles era um ex-oficial da KGB que ele já conhecia.

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