11 de agosto de 2015 | 17h24
AMSTERDÃ - Investigadores holandeses que apuram a queda do voo MH17 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia no ano passado examinam se materiais recolhidos na área podem ser partes de um sofisticado míssil antiaéreo russo. A recuperação das partes do míssil seria a indicação mais clara até agora de que a aeronave foi derrubada. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 11, por procuradores holandeses que lideram a investigação internacional.
Em relatório parcial divulgado no ano passado, o Conselho de Segurança Holandês, que lidera a investigação, afirmou que o Boeing 777 foi atingido por “objetos com muita energia”, consistentes com alguma arma antiaérea avançada.
A Ucrânia acusa militantes apoiados pela Rússia operando na área de derrubar o avião, enquanto rebeldes sugeriram que as forças ucranianas foram responsáveis. No mês passado, a Rússia vetou uma resolução da ONU para estabelecer um tribunal criminal internacional para investigar a queda do avião.
“As partes são de particular interesse para a investigação criminal, já que podem dar mais informação sobre quem estava envolvido na queda do MH17”, afirmou o órgão holandês em comunicado conjunto com outros órgãos que realizam as investigações.
Todas as 298 pessoas a bordo foram mortas, entre elas 193 holandeses. Pelo país ser o de origem da maioria das vítimas, a agência holandesa foi colocada no comando das investigações. Partes do avião foram levadas ao país. A apuração da causa da queda é complicada pela violência ainda existente no leste da Ucrânia, que em alguns momentos impediu o acesso dos investigadores à área.
Dias antes da queda do avião, a Ucrânia havia sofrido várias baixas em suas aeronaves, em meio aos confrontos com os rebeldes. A Ucrânia havia restringido parte de seu espaço aéreo para voos comerciais, mas não na altitude usada pelo voo da Malaysia Airlines.
Violação. Ainda nesta terça-feira, a União Europeia denunciou que o aumento dos ataques nas regiões do leste da Ucrânia controladas pelo governo violam o acordo de paz concluído em fevereiro com os separatistas pró-Rússia, em Minsk (Bielo-Rússia). “A nova escalada do conflito como consequência de ataques contra várias zonas controladas atualmente pelo governo violam o espírito e texto dos acordos de Minsk”, assinalou um comunicado do Serviço Europeu de Ação Exterior da UE. / DOW JONES NEWSWIRES, REUTERS E AFP
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