Hollande se reúne com Putin para discutir coalizão contra EI
Segundo o embaixador da Rússia em Paris, Alexander Orlov, o Kremlin estuda se juntar à operação militar internacional liderada por Washington mesmo que tenha de cooperar com o governo da Turquia
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Por Andrei Netto
Atualização:
Uma semana após ataques em Paris
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Sete dias após ataques
Soldados franceses reforçam a segurança em pontos turísticos de Paris, como a Torre Eiffel. Foto: Joel Saget/AFP
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Primeiro-ministro Manuel Valls discursa sobre o estado de emergência do paísno Senado francês. Foto: Alain Jocard/AFP
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Pessoas prestam homenagens às vítimas com flores, mensagens e velas, em um local próximo à casa de shows Bataclan. Foto: Jacky Naegelen/Reuters
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Presidente francês François Hollande recebe o rei do Marrocos Mohammed VI no Palácio do Eliseu, em Paris, nesta sexta-feira, 20. O serviço de inteligê... Foto: LIONEL BONAVENTURE/AFPMais
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Flores e velas são deixadas próximas ao restaurante Le Carillon, em homenagem às vítimas de ataques. Foto: Jacky Naegelen
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Funcionários do Centro Georges Pompidoumontam uma faixa em homenagem às vítimas dos ataques em Paris. Foto: ADRIEN MORLENT/AFP
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Policiais fazem a segurança da Grande Mesquita de Paris, durante as orações desta sexta-feira. Um terceiro corpo foi encontrado no município de Saint-... Foto: Pierre Terdjman/The New York TimesMais
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Soldados franceses também reforçaram a segurança na cidade de Marselha, no sul do país. Foto: REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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Muçulmanos oram em uma mesquista, em La Courneuve, próximo a Paris. Durante as orações desta sexta-feira, 20, religiosos pediram que todas as 2.500 me... Foto: AFP PHOTO/DOMINIQUE FAGETMais
Sete dias após ataques
Adrian Iuga, representando a Igreja Ortodoxa, Belgacem Bensaid, da Mesquita Assalam, e François Renaud, da Igreja Católica, pedem um minuto de silênci... Foto: AFP/JEAN-SEBASTIEN EVRARDMais
Sete dias após ataques
Policiais francesas controlam o fluxo de veículos em rodovia que liga Paris aBruxelas, na Bélgica. Foto: REUTERS/Pascal Rossignol
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Militares patrulham o Coliseu e outros pontos turísticos em Roma, na Itália. Depois dos atentados em Paris, a tensão tomou conta da Europa. Autoridade... Foto: REUTERS/Alessandro BianchiMais
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Militares também reforçam a segurança em um bairro judeu, próximo à estação de trem da Antuérpia, na Bélgica. Foto: AFP PHOTO/BELGA PHOTO/LUC CLAESSEN
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Soldados belgas e policiais patrulham ruas e pontos turísticos de Bruxelas. Foto: REUTERS/Yves Herman
Sete dias após ataques
Policiais russos revistam passageiros na entrada de estações do metrô de Moscou. A Rússia tem reforçado o policiamento nas ruas desde os ataques a Par... Foto: AP Photo/Pavel GolovkinMais
PARIS -Dois dias depois de encontrar-se com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca, o presidente da França, François Hollande, se reúne hoje em Moscou com o russo, Vladimir Putin, em busca de um acordo para a formação de uma única coalizão contra o grupo terrorista Estado Islâmico.
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Segundo o embaixador da Rússia em Paris, Alexander Orlov, o Kremlin estuda se juntar à operação militar internacional liderada por Washington mesmo que tenha de cooperar com o governo da Turquia, com o qual tem relações estremecidas.
A reunião bilateral é vista como decisiva em Paris no momento em que a França está presa entre as reticências mútuas de Obama e Putin. Na segunda-feira, em Washington, o presidente americano afirmou que não se oporia à participação da Rússia nas operações. A condição seria que o Kremlin concordasse em concentrar seus bombardeios na Síria contra as posições do Estado Islâmico, preservando os grupos apoiados pelas potências ocidentais que se opõem ao regime de Bashar Assad, aliado russo no Oriente Médio. Essa exigência será discutida por Hollande com Putin.
Ontem, o embaixador Alexander Orlov descartou a hipótese de que incidente envolvendo um avião F-16 da Turquia, que na terça-feira derrubou um caça SU-24 da Força Aérea da Rússia que teria invadido seu espaço aéreo, vá inviabilizar a formação de uma aliança contra o grupo terrorista.
“Uma coalizão contra Daesh ainda é possível”, garantiu o embaixador, usando a sigla árabe com que a organização é conhecida na Europa. Segundo Orlov, a planificação de bombardeios é uma possibilidade concreta. mas até mesmo a reunião das forças armadas de EUA, França e Rússia e até com a Turquia segue em discussão.
Na terça-feira, Putin classificou a atitude da Turquia de “uma facada nas costas de um governo cúmplice do terrorismo”. Segundo Orlov, a Moscou e Ancara vão retomar os contatos para chegar a um entendimento.
Para o cientista político Philippe Moreau Desfarges, especialista em Rússia do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI), conciliar Obama e Putin é uma missão muito difícil, mas necessária, dada a resistência do Estado Islâmico aos bombardeios da coalizão.
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“Hollande precisa do maior número possível de aliados, os EUA precisam sair de sua onda de isolacionismo e Putin deseja demonstrar ao mesmo tempo que seu país é forte e integrado à comunidade internacional", disse ao Estado. “O ideal seria organizar uma transição democrática, com uma Síria que preserve suas fronteiras.”