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Homem-bomba é preso perto da embaixada dos EUA em Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

Membros da equipe de segurança da embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv dominaram nesta sexta-feira um provável homem-bomba que teria tentado entrar num café lotado na orla da praia da capital israelense, perto da sede diplomática norte-americana em Israel, informou a polícia. Não há informações sobre feridos, e a polícia ainda não determinou se mais pessoas estariam envolvidas na aparente tentativa de ataque. "Primeiro, o terrorista tentou entrar no café Hatayelet. É um café muito grande", disse Shlomit Herzberg, porta-voz da polícia de Tel Aviv. "O segurança na entrada do café o inspecionou e, quando encontrou o cinturão explosivo, o homem correu, e o segurança pediu ajuda aos guardas da embaixada norte-americana", disse ela. Os seguranças da embaixada dominaram o homem e chamaram a polícia. A porta-voz da polícia informou que o esquadrão antibombas removeu o cinturão explosivo, que estaria sendo "neutralizado". O suspeito, cuja identidade não foi revelada, foi detido e levado a uma delegacia próxima para interrogatório. A Embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv é um imponente prédio de três andares situado de frente para o mar, numa avenida repleta de bares, restaurantes e hotéis luxuosos. Norte-americanos e israelenses trabalham na segurança da principal representação dos EUA em Israel. O incidente ocorreu um dia após um extremista islâmico ter-se suicidado com uma bomba, matando uma mulher de 71 anos e ferindo quatro pessoas nos arredores da capital israelense. O motorista do ônibus lotado no qual o militante pretendia subir fechou a porta. Ele e um médico seguraram o homem-bomba no chão enquanto as pessoas fugiam. Em outros eventos ocorridos nesta sexta-feira, mais de 10.000 simpatizantes da Fatah, movimento político liderado pelo líder palestino Yasser Arafat, marcharam pela Cidade de Gaza. Alguns dispararam tiros para o alto. O protesto foi uma demonstração de força direcionada ao grupo islâmico Hamas. Os manifestantes pediram a rendição do suspeito de assassinar o chefe da tropa de choque da polícia palestina. O crime ocorreu na última segunda-feira. Uma multidão ainda maior de policiais e milicianos tomou nesta sexta-feira as ruas da cidade durante a procissão fúnebre do coronel Rajah Abu Lehiya, o policial palestino assassinado por militantes do Hamas. A morte do chefe da tropa de choque palestina gerou distúrbios que causaram outras seis mortes - a última delas foi a de um garoto de 17 anos que morreu nesta sexta-feira em virtude de ferimentos sofridos nos confrontos. Líderes do Hamas procuraram distanciar-se do crime, atribuindo-o a uma vingança pessoal. Enquanto isso, militantes da Fatah distribuíram uma declaração dirigida ao Hamas, mas sem citar o nome do grupo: "Pedimos a essas partes que dizem não ter ligação com os assassinos de Abu Lehiya que facilitem a missão da segurança palestina para prender os assassinos e parar de encobri-los?. O Hamas, por sua vez, invocou a lei islâmica e avisou que não ajudará na captura do criminoso. Em Nablus, a professora Shaden Abu Hikleh, de 52 anos, foi assassinada com um tiro no coração, informaram médicos. Testemunhas disseram que o tiro foi disparado por alguém que estava dentro de um jipe militar israelense. O Exército do Estado judeu alegou desconhecer o incidente. Em outro crime atribuído às forças de segurança israelenses, médicos de Rafah, na Faixa de Gaza, informaram que a enfermeira Fathiyeh Soufi, de 47 anos, morreu em decorrência de ferimentos sofridos em 2 de outubro. Testemunhas disseram que um tiro disparado de um posto de fronteira israelense a atingiu na cabeça quando ela saía de casa. O Exército justificou os disparos informando que seus soldados "responderam a tiros provenientes de uma área povoada" naquele dia. No campo diplomático, um documento entregue a jornalistas sugere pela primeira vez que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) começa a considerar impossível a solução de dois Estados para o conflito com Israel. "O principal objetivo de Israel é permitir a criação de um ´Estado´ palestino que seria o equivalente a uma reserva indígena norte-americana no Oriente Médio", denunciou o ministro palestino das Finanças, Salam Fayad, em documento entregue a negociadores dos EUA durante visita a Washington. O conceito de dois Estados independentes convivendo em paz e harmonia foi a base de quase todas as tentativas de solução para o conflito árabe-israelense e sempre contou com a aprovação dos negociadores palestinos. Enquanto isso, Israel deu continuidade à sua política de construção de assentamentos judaicos em territórios tomados durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, principalmente em Jerusalém Oriental, setor tradicionalmente árabe da cidade sagrada, transferindo cidadãos israelenses para as terras onde os palestinos pretendem estabelecer seu Estado. Os palestinos denunciam a construção dos assentamentos - muitas vezes em terras expropriadas ou tomadas dos palestinos - como ilegal perante o direito internacional e as resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. O Estado judeu rejeita a acusação. "Estamos falando da terra natal do povo judeu", justificou Raanan Gissin, porta-voz do primeiro-ministro Ariel Sharon. "Este país é nosso. Cinco ou seis vezes eles lançaram guerras contra nós com o objetivo de nos chutar para fora". Segundo ele, Israel tem oferecido "abrir mão de partes de nosso país a fim de alcançar a paz com nossos vizinhos".

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