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Homem-bomba mata 55 e fere 120 no norte do Iraque

Atentado em restaurante de Kirkuk é o mais sangrento no país em 6 meses

Por NYT , Reuters , AP e Kirkuk
Atualização:

No mais sangrento atentado em cerca de seis meses no Iraque, um suicida detonou explosivos na hora do almoço dentro de um restaurante de Kirkuk (nordeste), deixando pelo menos 55 mortos e 120 feridos. Segundo a polícia, o alvo do ataque eram líderes locais que se encontravam para discutir formas de reduzir as tensões étnicas na região, centro da indústria petrolífera do Iraque. Ontem, centenas de famílias comemoravam no restaurante Abdullah - marco turístico de Kirkuk - o encerramento do feriado islâmico de Eid al-Adha. O suicida estacionou seu carro do lado de fora e entrou caminhando discretamente, contaram seguranças. "Eu tinha acabado de comer e fui ao banheiro, minha família e meus amigos continuaram na mesa, quando houve a explosão", contou o administrador curdo Kamal Aziz Khokaram, de 55 anos. "Caí no chão, levantei e fui correndo para a mesa. Vi dois amigos debruçados, cobertos de sangue, minha mulher e minhas três filhas feridas." AL-QAEDA SOB SUSPEITA Habitada por árabes, curdos e turcomanos, Kirkuk viu a disputa pelo controle das reservas de petróleo tomar conta da agenda política local desde a invasão americana, em 2003. As comunidades árabe e turcomana desejam que a região continue sob controle do governo central. Os curdos querem ligá-la à província vizinha de Tamim para formar uma grande área autônoma no norte do Iraque. Mas líderes das comunidades recentemente passaram a se reunir para reduzir as tensões sectárias. Do lado árabe, além de políticos xiitas, estavam presentes no encontro líderes sunitas dos chamados grupos "Despertar", que desde o ano passado deixaram de apoiar a Al-Qaeda no Iraque para aliar-se aos EUA e ao governo do premiê Nuri al-Maliki. Mas, segundo forças da coalizão lideradas pelos EUA, a região ainda serve de base para o grupo terrorista. Os EUA também responsabilizaram a Al-Qaeda pelo ataque e disseram que ele teve como objetivo "dividir as comunidades" e frear os progressos no Iraque. No entanto, nenhum grupo assumiu a autoria do atentado. RUMSFELD Os abusos contra os prisioneiros na detenção de Abu Ghraib, Iraque, e Guantánamo, Cuba, foram responsabilidade do ex-secretário de Defesa americano Donald Rumsfeld e outros altos funcionários do governo de George W. Bush, concluiu um relatório bipartidário do Comitê das Forças Armadas do Senado divulgado ontem. O documento afirma que a autorização para usar métodos de tortura nos interrogatórios partiu de Rumsfeld.

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