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Homem-bomba mata dois em mesquita xiita no sul do Irã

Grupo sunita assume ataque; autor do atentado foi impedido de entrar no local onde estavam dezenas de fiéis

Por TEERÃ
Atualização:

Um homem-bomba matou ontem duas pessoas após ser impedido de entrar em uma mesquita xiita na cidade de Chabahar, no sul do Irã, onde fiéis se concentravam para as orações da sexta-feira, dia sagrado para o islamismo. O grupo sunita insurgente Jundollah, que atua na Província de Sistão-Baluchistão desde 2003, assumiu a autoria do atentado.A imprensa oficial iraniana afirmou que o suicida tentava entrar na mesquita Imã Hussein quando foi identificado por dois guardas da milícia Basij, que vigiavam o centro religioso. O suspeito saiu correndo e detonou seus explosivos próximo ao local, segundo a agência Fars. Segundo a Associated Press, dois civis que passavam pela área morreram, além do terrorista. Já a Reuters afirmou que os mortos foram os agentes de segurança. Pelo menos seis outras pessoas ficaram feridas, entre elas três crianças, de acordo com o governo da Teerã.Próxima à fronteira com o Paquistão, a província iraniana onde ocorreu o ataque tem um histórico de revolta, com sua população, de maioria sunita, se queixando de ser discriminada pelas autoridades xiitas. Acredita-se que o Jundollah, que afirma combater a opressão contra os sunitas no Irã, tenha sua base de operações no Paquistão. O grupo insurgente afirmou que o ataque de ontem serviu para vingar a morte de seu líder, Abdolmalek Rigi, executado em junho de 2010 pelas autoridades de Teerã.Em dezembro daquele ano, pelo menos 39 pessoas morreram - entre elas, mulheres e crianças - em um atentado contra a mesma mesquita atacada ontem. O ataque de 2010 envolveu dois homens-bomba, durante a peregrinação tradicional da Ashura, festival em que os xiitas lembram a morte do imã Hussein. Cinco dias depois, Teerã anunciou o enforcamento de 11 supostos membros do Jundullah suspeitos de envolvimento no atentado. Em sua ação mais audaciosa, em outubro de 2009, o grupo sunita atacou uma reunião entre a Guarda Revolucionária e líderes tribais da Província de Sistão-Baluchistão, matando 35 pessoas. / REUTERS

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