Homem com coração artificial passa bem

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Por Agencia Estado
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O paciente que recebeu o primeiro coração artificial totalmente auto-suficiente esteve em estado "muitíssimo grave", mas melhorou e agora os doutores consideram a possibilidade de que ele possa ter uma vida longa e produtiva, informou hoje um de seus médicos. A direção do Jewish Hospital, de Louisville, no Estado norte-americano de Kentucky, negou-se a divulgar o nome do paciente e sua cidade origem, mas disseram que ele tinha entre 55 e 60 anos de idade. Devido à gravidade de sua condição - os médico haviam vaticinado que ele teria 80% de probabilidade de morrer em 30 dias -, foi-lhe negada a possibilidade de realizar transplante em outros centros médicos dos Estados Unidos. "Não lhe restou outra alternativa", disse a jornalistas o doutor Laman Gray. "Estava em um estado péssimo". Segundo o médico, o paciente tinha deficiência renal crônica, diabetes e havia tido vários ataques cardíacos. Quarenta e oito horas depois da cirurgia, Gray disse que não excluía a possibilidade de o paciente sair algum dia do hospital caminhando por sua própria conta graças ao coração artificial. A operação foi realizada na segunda-feira por cirurgiões da University of Louisville (Kentucky). O coração é feito de titânio e plástico. Os doutores Laman Gray e Robert Dowling, que haviam testado o coração mecânico em bezerros, lideraram a cirurgia. Há esperança de que o órgão artificial, fabricado pela Abiomed Inc., de Danvers, Massachussetts, represente novas perspectivas para pacientes com problemas cardíacos. O dispositivo, conhecido como AbioCor, foi desenhado para permitir que os pacientes tenham uma vida produtiva. Ele é considerado um salto tecnológico em relação aos corações mecânicos produzidos anteriormente. A energia que alimenta o coração mecânico é enviada através de fios de um pacote de baterias que fica alojado do lado de fora do corpo. Segundo David M. Lederman, presidente e direitor-executivo da Abiomed, a companhia recebeu no início deste ano a aprovação do governo para executar pelo menos cinco testes em humanos com coração artificial. Se os testes derem certo, mais pacientes serão incorporados ao projeto.

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