Homem que tentou matar Reagan é liberado de hospital psiquiátrico após 35 anos

John Hinckley Jr. tentou matar o então presidente dos EUA para chamar a atenção da atriz Jodie Foster; médicos afirmam que quadros de depressão e psicose estão tratados

PUBLICIDADE

Atualização:

NOVA YORK - John Hinckley Jr. foi liberado de um hospital psiquiátrico neste sábado, 10, segundo a imprensa americana, 35 anos após ter tentado matar o então presidente americano Ronald Reagan em um ataque impulsionado por sua obsessão com a atriz Jodie Foster.

Um juiz federal ordenou a libertação de Hinckley do Hospital St. Elizabeth, em Washington, em julho, considerando que ele já não representava um perigo para si mesmo ou para outros.

Polícia faz segurança de hospital onde estava John Hinckley Jr. Foto: AFP

PUBLICIDADE

Hinckley, agora com 61 anos, está indo morar com a mãe em um condomínio fechado em Williamsburg, Virginia, que ele tem visitado sob a vigilância do Serviço Secreto dos Estados Unidos. Ele não foi considerado culpado por razões de insanidade em um julgamento em 1982, mas foi diagnosticado com depressão e psicose. Agora os dois quadros estão em remissão, de acordo com seus médicos.

Quando tinha 25 anos Hinckley criou uma fixação por Jodie Foster e pelo filme de Martin Scorsese "Taxi Driver", no qual ela interpretou uma prostituta adolescente. Inspirado pelo personagem principal do filme, que planeja matar um candidato presidencial, Hinckley abriu fogo contra Reagan do lado de fora de um hotel em Washington em 30 de março de 1981, em uma alucinada tentativa de ganhar o afeto da atriz.

Reagan ficou ferido, mas se recuperou rapidamente. Seu secretário de imprensa, James Brady, no entanto, foi gravemente ferido, acabando parcialmente paralisado devido a danos cerebrais.

Foto de arquivo mostra a cena caótica na frente do hotel Hilton momentos após John Hinckley Jr. atirar contra Reagan, em 1981 Foto: REUTERS/Michael Evans/The White House

Armas. Brady, que morreu em 2014, passou o fim da vida em uma cadeira de rodas depois de ter sido baleado, mas ele e sua mulher, Sarah, fizeram campanha por uma lei que viria a ser conhecida como "projeto de lei Brady". Aprovada em 1993, a lei requer um período de espera obrigatório de cinco dias para a compra de armas de fogo e também uma verificação de antecedentes para os futuros compradores de armas.

O veredicto de Hinckley levou vários Estados a reescreverem suas leis para tornar as defesas por insanidade mental mais difíceis. Ao mesmo tempo, o Serviço Secreto endureceu seus procedimentos de segurança após a tentativa de assassinato de Reagan.

Publicidade

A família Reagan emitiu uma declaração em julho se opondo fortemente à libertação de Hinckley. Jodie Foster tem se recusado a falar sobre Hinckley desde 1981. /REUTERS

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.