Homenagens a jovens mortos causam tensão na França

Mortes desencadearam violentos protestos que assolaram o país há um ano

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Por Agencia Estado
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Uma passeata silenciosa pelas ruas de Clichy-sous-Bois, na periferia norte de Paris, abre nesta sexta-feira uma série de homenagens aos dois adolescentes mortos há um ano num acidente que originou várias semanas de distúrbios em diversas localidades da França, obrigando o governo a decretar estado de emergência. Clima é de tensão no país, que teme novos conflitos. O governo anunciou o reforço de 500 policiais em bairros com forte presença de imigrantes, regiões consideradas "sensíveis". Bouna e Zyed morreram eletrocutados numa central elétrica da localidade de Clichy-sous-Bois quando fugiam da polícia, segundo disse um amigo que acompanhava os dois e que ficou gravemente ferido. Uma investigação oficial mostrou mais tarde que a polícia não perseguia os jovens quando eles se esconderam. Mas já havia começado a onda de violência, que se estendeu por 300 localidades da França durante três semanas. Milhares de veículos, colégios, ginásios, lojas e bibliotecas foram incendiados, com grandes danos materiais. Um ano depois, a Prefeitura de Clichy-sous-Bois, nas mãos de um socialista, convocou uma homenagem aos jovens mortos. Uma coroa de flores será levada à usina elétrica onde os dois morreram. Uma pequena escultura será inaugurada no colégio onde eles estudavam. À tarde, num centro cultural, haverá uma programação de debates e shows até meia-noite. Um ano depois do drama a atmosfera é tensa. Nos últimos dias houve vários ataques a ônibus na periferia da capital francesa. As autoridades francesas manifestaram sua intenção de deter os responsáveis por novos ataques. O primeiro-ministro, Dominique de Villepin, e o ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, enfatizaram que não permitirão atos de violência.

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