XANGAI - Uma organização não governamental na China afirmou que um homem que estava investigando as condições de trabalho na companhia chinesa que produz sapatos da marca Ivanka Trump foi detido e outros dois estão desaparecidos.
Segundo a ONG, a mulher de um deles, Hua Haifeng, informou que ele foi acusado de vigilância ilegal. Ela contou que recebeu um telefonema da polícia nesta terça-feira, 30, no qual não foi dado detalhes a ela da prisão e afirmou que ela não poderá vê-lo, falar com ele ou receber qualquer dinheiro dele, que sustenta a família.
O diretor da organização China Labor Watch, Li Qiang, disse acreditar que os homens estão detidos na fábrica ou com a polícia, incomunicáveis.
Por 17 anos, seu grupo tem investigado as condições de trabalho de fornecedores no país de algumas das maiores companhias do mundo. No entanto, segundo Li, o trabalho nunca atraiu tal tratamendo do aparato de segurança do Estado chinês.
Em abril, um relatório da Fair Labor Association, uma organização que promove a defesa dos direitos dos funcionários em esfera internacional, denunciou que as irregularidades nas fábricas fornecedores da marca são "exorbitantes". Elas envolvem diversas horas extras, amplos volumes de tarefas e salários muito abaixo dos estabelecidos em outras regiões da China. / AP e Ansa