
10 de dezembro de 2009 | 08h58
"O que propusemos no caso de uma eventual saída de Honduras é que seja como presidente do povo hondurenho", declarou Zelaya à emissora de televisão Telesur, com base em Caracas. O jornal hondurenho "La Tribuna" cita o presidente deposto afirmando que o governo de facto "praticamente abortou o processo promovido pelo México" ao exigir dele que renunciasse à presidência.
Ontem, o México requisitou a Honduras um salvo-conduto para que Zelaya deixasse a Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde se refugiou em setembro depois de regressar clandestinamente ao país, e seguisse até uma base aérea para embarcar para a capital mexicana. Em nota, a chancelaria do México confirmou as negociações para retirar Zelaya de Honduras. Segundo o documento, "a intenção é obter as garantias de segurança necessárias, por meio de salvo-conduto, para que o presidente Zelaya possa deixar a proteção da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa".
"A requisição mexicana não contém um pedido de asilo. Portanto, infelizmente, não podemos conceder o salvo-conduto", respondeu Oscar Matute, ministro interino de Interior, durante entrevista à CNN Espanhol. Durante a madrugada, autoridades mexicanas confirmaram a partida de um avião do governo para buscar Zelaya e sua família na capital hondurenha. "Mas o fato de o avião chegar a Tegucigalpa não significa que ele vá partir", advertiu uma das fontes.
Zelaya foi deposto em um golpe militar em 28 de junho. Depois de ter sido expulso do país, ele retornou clandestinamente e se refugiou na embaixada brasileira em Tegucigalpa três meses depois. Em novembro, o governo de facto conduziu uma eleição presidencial. O eleito foi o conservador Porfirio Lobo.
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