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Hong Kong relembra massacre da Paz Celestial; China censura Internet

Por JAMES POMFRET
Atualização:

Dezenas de milhares de pessoas compareceram para uma vigília iluminada por velas em Hong Kong, na segunda-feira, em lembrança da sangrenta repressão a manifestantes pró-democracia na Praça da Paz Celestial e arredores, em 1989. Os manifestantes de Hong Kong se aglomeraram em um parque central, segurando velas em torno de um memorial do 4 de junho e uma réplica da estátua da Deusa da Democracia que foi construída na Praça da Paz Celestial antes de tanques e tropas esmagarem os que estavam protestando. "Vida longa a democracia. Nunca esqueça o 4 de junho", gritou a multidão, estimada em 180 mil pessoas pelos organizadores do evento. A China nunca divulgou o número de mortos, mas estimativas dos grupos de direitos humanos e testemunhas variam de várias centenas a vários milhares de vítimas. O aniversário do massacre nunca foi publicamente marcado no continente da China. Em vez disso, os censores do país bloquearam o acesso ao termo "Mercado de ações de Xangai" nos populares microblogs, após o índice cair 64,89 pontos, uma representação na forma em inglês da data do massacre, 4 de junho de 1989. Em outra virada, o índice referencial da bolsa de Xangai abriu com 2.346,98 pontos no 23° aniversário dos assassinatos. Os números 46,98 são 4 de junho de 1989, ao contrário. "Uau, estes números são muito assustadores! Muito legal!", afirmou um microblogger. "O número de abertura e da queda são ambos muito estranhos", disse outro. A bolsa de valores de Xangai disse que estava investigando. Para o Partido Comunista que governa a China, todas as discussões das manifestações de 1989 que lotaram a Praça da Paz Celestial e se espalharam para outras cidades continua um tabu, ainda mais neste ano, conforme o governo se prepara para uma complicada transição de liderança. Mas para Hong Kong, antiga colônia britânica que desfruta de ampla autonomia, a vigília do dia 4 de junho é um evento anual. (Reportagem adicional de Chris Buckley e Ben Blanchard em Pequim, Melanie Lee, em Xangai, Sisi Tang e Clarie Lee, em Hong Kong)

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