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Hora de ir ao front causa receio

Benefício financeiro pesa na decisão de jovens de alistar-se

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Por Redação
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O soldado Kyle Thomas embarca para o Iraque em 25 de novembro. Será a primeira vez que vai ver a guerra de perto - bem de perto, já que ele estará na linha de frente de combate. "É claro que tenho um pouco de medo, mas estou muito animado", diz Thomas. Seus olhos brilham. Ele tem 19 anos. "Eu adoro desafios." Thomas entrou para o Exército em julho de 2006, aos 18 anos. Queria ter mais experiência antes de entrar na faculdade. Mas o dinheiro foi muito importante. Ele ganhou um bônus de US$ 13 mil do Exército, mais US$ 75 mil para pagar seus quatro anos de faculdade, quando voltar do Iraque. A mãe dele, que é professora, chora muito no telefone. Seu pai é bombeiro, está orgulhoso. A família vem da Califórnia e os dois irmãos de Thomas pensam em alistar-se também. "Tenho medo, digo para eles tentarem pegar algum trabalho de escritório, para ficarem longe do combate", diz Thomas. O soldado diz que está estudando árabe para se preparar. Mas por enquanto só conhece duas expressões: "Pare!" e "eu preciso revistá-lo". Não serão particularmente úteis para fazer amizades no Iraque. Ele está feliz porque seu melhor amigo, com quem ele estudou a vida inteira na Califórnia, estará a seu lado, no mesmo batalhão. "Nós vamos juntos e isso me deixa mais tranqüilo." Thomas diz como reage ao ver os soldados que voltam mutilados do Iraque, sem braços e sem pernas, no Hospital Militar Walter Reed. "Fico pensando... se eu morrer , quero que seja rápido. Mas se for ferido e ficar mutilado, não pensei ainda. Não tenho plano B. Um amigo meu voltou com o pé esmigalhado. É, não tenho plano B."

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