'Hora de negociar já passou', diz ativista símbolo dos protestos no Egito

Wael Ghonim, executivo do Google libertado na segunda, se diz disposto a morrer para mudar o país

PUBLICIDADE

Atualização:

 

CAIRO - Wael Ghonim, executivo do Google e ativista que virou herói nos protestos do Egito, disse nesta quarta-feira, 9, em entrevista ao canal americano CNN, que "já não é mais tempo de negociar" com o governo egípcio e que ele está "pronto para morrer" para levar mudanças ao país.

 

 

Ghonim, que foi preso no início dos protestos em favor da queda do presidente Hosni Mubarak e foi libertado na segunda-feira, é considerado uma das principais figuras por trás das manifestações. Ele é o administrador da página do Facebook que convocou os egípcios a tomar as ruas do Cairo e de outras cidades para protestar contra o governo.

 

Na entrevista, Ghonim disse que "muito sangue já foi derramado" e fez novos apelos às autoridades egípcias. "Se vocês são egípcios de verdade, se são heroicos, é hora de deixar o poder", disse.

 

"Fomos às ruas no dia 25 de janeiro, queríamos negociar com o governo. Eles quiseram negociar com balas de borracha, cassetetes, gás lacrimogêneo e com a prisão de cerca de 500 pessoas. Entendemos a mensagem, e agora que tornamos tudo bem grande, eles estão nos ouvindo", disse o ativista.

 

Ghonim reconheceu que Mubarak, que está há 30 anos no poder, "fez muitos sacrifícios" pelo Egito, mas disse que o sistema do presidente de 82 anos deve ser substituído. O ativista ainda pediu a dissolução do Partido Nacional Democrático - legenda de Mubarak.

 

Apesar de ter se tornado uma das faces mais conhecidas nos protestos, Ghonim se diz desconfortável sobre ser considerado um herói. "Isso não é por minha causa", disse, completando que a luta é do povo egípcio.

Publicidade

 

Os protestos populares do Egito entraram em seu 16º dia consecutivo, entre momentos de tensão e tranquilidade. Os manifestantes seguem na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e dizem que só deixarão a área quando Mubarak renunciar.

 

Leia mais:linkCasa Branca pede que Egito 'faça mais' pelos manifestanteslinkChanceler egípcio rejeita conselhos de BidenlinkPolícia mata cinco em protesto em cidade no deserto

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.