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Hospital de Londres adia desligamento de aparelhos de bebê em fase terminal

Hospital tinha planejado desligar os aparelhos, contra a vontade dos pais, nesta sexta-feira, mas decidiu adiar sem dar mais detalhes sobre quando isso ocorrerá

Atualização:

LONDRES - Os pais do pequeno Charlie Gard, que tem uma doença terminal, terão mais tempo para se despedir do bebê de 10 meses. Os aparelhos que mantêm a criança viva não foram desligados nesta sexta-feira, como havia anunciado o hospital onde ele está internado em Londres. 

Chris Gard e Connie Yates com o filho recém-nascido Foto: Family of Charlie Gard via AP

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Depois de uma longa batalha na Justiça, os pais, Chris Gard e Connie Yates, perderam a ação que tentava ganhar mais tempo para levar o menino aos EUA e, lá, submetê-lo a um tratamento experimental. A Justiça britânica e europeia entenderam que a medida somente prolongaria o sofrimento da criança e autorizaram o hospital Great Ormond Street for Children a encerrar o tratamento. 

O hospital tinha planejado desligar os aparelhos nesta sexta-feira, mas decidiu adiar sem dar mais detalhes sobre quando isso ocorrerá. "Junto com os pais de Charlie continuaremos a dar os cuidados de que ele necessita para dara eles mais tempo com a família", afirmou um porta-voz do hospital ao jornal Washington Post

Charlie tem uma condição genética rara que causa danos cerebrais e o impede de desenvolver suas habilidades para mover braços e pernas, comer ou respirar sozinho. 

Em uma dramática batalha na Justiça, as cortes britânicas decidiram que o hospital deveria suspender o tratamento que o mantinha vivo, uma vez que médicos asseguraram que a criança não tinha nenhuma chance de sobreviver. O caso foi levado então pelos pais à Corte Europeia dos Direitos Humanos, que manteve o entendimento das cortes britânicas de que o melhor para Charlie era desligar os aparelhos.

Na quinta-feira, os pais da criança divulgaram um vídeo no Twitter dizendo que os aparelhos seriam desligados nesta sexta-feira. "Ele tem lutado até o fim, mas nós não tivemos permissão para continuar a lutar por ele mais", disse Gard. "Nós não podemos sequer levar nosso filho para morrer em casa." 

O casal afirmou que o hospital não queria "dar à família" mais tempo para dizer adeus. Nesta sexta-feira, Connie afirmou que o hospital concordou em dar esse tempo a eles. 

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"Escolhemos levar Charlie para morrer em casa", disse sua mãe em um vídeo postado no YouTube. "E temos dito isso por meses que é o que queremos. Esse é nosso último desejo, se fosse para ser assim o jeito que ele iria embora. E nós prometemos ao nosso garotinho todos os dias que levaríamos ele para casa, porque pensamos que essa era uma promessa que poderíamos manter." 

O pai de Charlie afirmou em outro vídeo que eles queriam levar o bebê para casa, dar um banho nele e colocá-lo para descansar em um berço no qual ele nunca dormiu. "Isso agora nos foi negado", disse Gard. O casal disse que a administração do hospital afirmou que não poderia providenciar o transporte de Charlie para casa, mas mesmo quando os pais se ofereceram para pagar por isso, eles foram informados que, na verdade, essa não era uma opção. / WASHINGTON POST 

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