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HSBC: documentos sobre deposito de Pinochet são falsos

O banco, com sede em Hong Kong, afirmou ter examinado cuidadosamente os documentos apresentados pelo Conselho de Defesa do Estado, agência oficial

Por Agencia Estado
Atualização:

O escritório chileno do banco HSBC emitiu nota em que afirma serem falsos os documentos que comprovariam a existência de uma fortuna em ouro depositada pelo ex-ditador chileno Augusto Pinochet numa agência do HSBC em Hong Kong. O banco afirmou ter examinado cuidadosamente os documentos apresentados pelo Conselho de Defesa do Estado (CDE), agência oficial chilena. "O HSBC confirma que os documentos são falsos", diz a nota. Em Hong Kong, o HSBC assegurou nesta quinta-feira que os documentos enviados ao banco pelo governo chileno são falsos. A documentação examinada atribuía ao ex-ditador Augusto Pinochet depósitos em ouro na instituição financeira. "O Conselho de Defesa do Estado teve a gentileza de permitir que HSBC examinasse a documentação relativa a uma suposta custódia, pelo Banco, de ouro em Hong Kong, no valor de US$ 160 milhões, em nome do General Augusto Pinochet", afirmou o banco. O banco confirmou que os documentos são falsificações e que não foram encontrados esses fundos. Se o governo chileno requerer, "o HSBC continuará cooperando com as autoridades chilenas", concluiu o texto. A informação do depósito em ouro, recebida pela Chancelaria chilena, foi entregue no último dia 11 ao Consulado do Chile em Los Angeles por um operador de mercado chamado Al H. Landry, a quem outro operador, Kevin Shany, ofereceu o ouro. Para a venda, Shany oferecia supostos certificados do HSBC, que, segundo Landry, "são autênticos". Landry, segundo documentos que chegaram a alguns veículos de comunicação, incluindo a EFE, assegura que os certificados "são genuínos e autênticos" e, portanto, estão disponíveis para venda. Segundo o relatório de 20 páginas que a Chancelaria enviou à Justiça e ao CDE, os lingotes podem ter sido fabricados na Bélgica, enquanto os suposto certificados do HSBC assinalam que a conta foi aberta em 11 de junho de 1980, e identificam o proprietário apenas por um Código. No entanto, outras informações remetidas por Landry citam Pinochet como o dono do depósito. O juiz chileno Juan González enviou nesta quinta-feira uma solicitação a Hong Kong para estabelecer a veracidade do depósito de nove toneladas de ouro supostamente pertencente ao ex-ditador (1973-1990). González também anunciou o envio de um requerimento à Alemanha, para estabelecer a autenticidade dos documentos que apóiam a legalidade dos papéis do ouro em questão. Todas as partes do caso, incluindo o CDE, haviam solicitado ao tribunal autorização para González atuar no caso do ouro. Segundo a família e pessoas ligadas a Pinochet, a informação é uma "canalhice" e uma perseguição política, o que foi refutado pela presidente do Chile, Mchelle Bachelet, que disse na noite de quarta-feira que o governo se limitou a passar aos tribunais uma informação recebida em uma representação diplomática no exterior. Texto ampliado às 21h20

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