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Humala acusa EUA de interferência no processo eleitoral do Peru

Candidato nacionalista diz que Washington apóia seu adversário no segundo turno, Alan García

Por Agencia Estado
Atualização:

O candidato nacionalista Ollanta Humala, em visita à cidade de Arequipa, acusou os Estados Unidos de interferência na sucessão presidencial do Peru, apoiando o seu adversário no segundo turno, o ex-presidente Alan García. Humala disse, depois de saber que seu visto de entrada nos EUA foi cancelado, que a embaixada americana em Lima "entrou na campanha e apóia Alan García". "Eu tinha um visto com dez anos de duração e perdi", queixou-se o militar reformado, de 43 anos. Humala, que foi o mais votado no primeiro turno, dia 9 de abril, negou que a retirada do visto esteja relacionada à rebelião liderada por seu irmão Antauro, na cidade de Andahuaylas, em janeiro de 2005. "Não sou réu no processo de Andahuaylas, só uma testemunha", lembrou. "Padrinho" de García Humala é apontado por seus opositores como um dos responsáveis pela rebelião, que levou à morte de quatro policiais e dois rebeldes. A embaixada dos EUA em Lima informou que, em janeiro, o Departamento de Estado revogou o visto de Humala "de acordo com informações do banco de dados". O embaixador americano, James Curtis Struble, se ofereceu, no entanto, para facilitar um novo visto, "caso Humala deseje". O candidato nacionalista respondeu que não tem "que pedir favores ao embaixador", a quem chamou de "padrinho" de Alan García. Porta-vozes do partido de Humala informaram que o candidato pretendia visitar os EUA na próxima semana para se reunir com representantes de órgãos financeiros, de desenvolvimento e de direitos humanos em Washington e Nova York.

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