Humala assume oposição frontal a Alan García

Derrotado nas eleições presidenciais de domingo, o ex-militar nacionalista anunciou que liderará a oposição contra García

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-militar nacionalista Ollanta Humala, derrotado nas eleições presidenciais de domingo, anunciou nesta quarta-feira que liderará a oposição contra o presidente eleito do Peru, o centro-esquerdista Alan García, e afirmou que embora não tenha vencido o pleito, seu movimento "possui uma cota de poder" devido à relevante votação que obteve no Congresso. "Vamos constituir o principal bloco de oposição ao governo", afirmou Humala à imprensa estrangeira. "Talvez não tenhamos agora a presidência, mas temos uma cota de poder importante". De fato, Humala, um ex-tenente-coronel do Exército, com 98,6% dos votos contados das eleições de domingo, conta com 47,4%, superado pelos 52,5% de García, o que evidencia um importante apoio popular, mas que demonstra a polarização dos mais de 27 milhões de peruanos. Humala também se referiu ao que os analistas chamaram de "fator Chávez", que teria prejudicado o nacionalista nas eleições. "(Hugo) Chávez é parte do passado", afirmou, destacando que manteve apenas uma reunião com o presidente venezuelano em janeiro passado - antes, porém, do início da campanha política para o primeiro turno eleitoral, ocorrido em 9 de abril. As declarações de Chávez contra García e o presidente Alejandro Toledo causaram um forte desconforto no Peru. "Se o povo me pede para que eu lidere a oposição, que mais posso fazer?", disse Humala aos correspondentes estrangeiros. Ele afirmou também que se sente vitorioso, pois venceu, segundo dados desta quarta-feira, em 15 dos 24 departamentos (Estados) do Peru, enquanto García venceu em 9, mas nos de maior importância eleitoral. Humala ressaltou aos jornalistas que seu partido, o União pelo Peru, obteve nas eleições legislativas de 9 abril 45 das 120 cadeiras do Congresso, transformando-o na primeira força da casa, enquanto o Apra, de García, obteve 36.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.