Parlamento da Hungria debate endurecimento das leis contra imigração

Trens que ligam Reino Unido à França sofreram várias interrupções em razão dos imigrantes que corriam pelas vias

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Por Redação
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BRUXELAS - O Parlamento húngaro debate nesta quarta-feira, 2, o endurecimento das leis contra a imigração, enquanto milhões de pessoas permanecem em estações de trem e esperam para embarcar para outros países. Ainda hoje, o presidente da comissão europeia, Jean-Claude Juncker, deve anunciar detalhes de um plano de ação para estabelecer uma nova política de imigração em discurso no Parlamento Europeu.

Os esforços para controlar, proteger e limitar os movimentos dos imigrantes seguem hoje sem descanso em outros pontos do continente.

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Autoridades francesas disseram que o serviço de trens que conecta o continente com o Reino Unido pelo canal da Mancha voltou ao normal, após várias interrupções provocadas por relatos de imigrantes correndo pelas vias e tentando subir no topo dos trens. Durante a madrugada, seis trens tiveram que regressar para Calais em razão dos refugiados.

Passageiros relataram que viram imigrantes correndo para tentar subir no trem perto da cidade portuária francesa de Calais, outro foco de presença dos imigrantes.

Hungria. Centenas de imigrantes entoavam palavras de ordem do lado de fora da principal estação internacional de trens de Budapeste após a polícia impedir pelo segundo dia seguido que eles viajem para a Alemanha e outros países ocidentais da União Europeia em busca de asilo.

"O que queremos? Paz! De que precisamos? Paz", cantavam algumas centenas de imigrantes nas proximidades da estação Keleti, novo foco da crise imigratória que gera tensões em todo o continente europeu.

A Europa lida com o fluxo incessante de pessoas vindas do Oriente Médio, da Ásia e da África, que chegam fugindo de guerras, perseguição e pobreza. A polícia húngara disse em comunicado que deve reforçar suas posições na estação em razão do aumento de imigrantes vindos da Sérvia.

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Estima-se que 3 mil já estejam acampados nas imediações do edifício. Os agentes trabalham em colaboração com os serviços da Áustria, Alemanha e Eslováquia para detectar imigrantes que viajam ilegalmente em outros trens húngaros. A iniciativa é compatível com o princípio da livre circulação na União Europeia, que permite viajar entre os países-membros sem passaporte.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, deve se reunir amanhã com autoridades da União Europeia para discutir a resposta de Budapeste com relação ao fluxo imigratório.

Só neste ano, a Hungria já recebeu mais de 150 mil pessoas, a maioria da Síria e de outras regiões em conflito. A Alemanha disse que espera receber 800 mil pessoas neste ano, quatro vezes mais que em 2014, enquanto outras nações da UE são criticadas por não se comprometerem a acolher mais solicitantes de asilo.

Fluxo migratório. Na Islândia, país europeu que não faz parte da UE, um movimento popular critica a iniciativa governamental de receber apenas 50 sírios. Milhares de moradores da ilha se ofereceram na internet para abrigar refugiados de guerra em suas casas. Outros pediram que o país abra um centro para imigrantes em uma base militar desativada.

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Navios da Marinha de vários países patrulham as águas do Mediterrâneo na costa da Líbia, com a esperança de impedir novos naufrágios. Um barco norueguês informou que estava levando cerca de 800 imigrantes, incluindo 11 mulheres grávidas e 30 crianças, para Cagliari.

Na Grécia, o governo interino introduzirá medidas para melhorar as condições de milhares de refugiados que chegam às ilhas do leste do país, segundo o ministro de Política Imigratória, Yannis Mouzalas.

Mais de 200 mil pessoas chegaram à Grécia neste ano. A Guarda Costeira disse que resgatou 1.058 pessoas no mar em 28 ocorrências entre a manhã de terça-feira e a manhã de hoje. O ministro não detalhou as medidas que devem ser adotadas.

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Em outra ação, a polícia grega prendeu seis supostos traficantes de pessoas, no norte da Grécia, após a descoberta de 103 imigrantes, ou refugiados, escondidos em um caminhão oriundo da Turquia. /EFE e ASSOCIATED PRESS

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