Hungria construirá nova cerca em fronteira com Sérvia para barrar imigrantes

Em entrevista à emissoras públicas, premiê Viktor Orban revelou plano para levantar sistema de defesa mais robusto perto da linha de defesa existente na fronteira sul do país, na divisa com a Sérvia e a Croácia

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BUDAPESTE - A Hungria planeja construir uma segunda cerca em sua fronteira sul com a Sérvia que lhe permitiria barrar qualquer nova leva grande de imigrantes, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, nesta sexta-feira, 26.

Orban disse que a nova barreira, que deve ser erguida ao longo de uma já existente, reforçaria as defesas em reação a uma eventual mudança na política imigratória da Turquia. Se isso acontecesse, centenas de milhares de pessoas poderiam surgir na divisa húngara, afirmou ele a uma rádio pública.

Prisioneiros reparam cerca no vilarejo de Asotthalom, na Hungria; primeiro-ministro do país, Viktor Orban, revelou plano de construir nova barreira na fronteira sul Foto: AFP PHOTO / Csaba SEGESVARI

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"Existe um planejamento técnico em andamento para levantar um sistema de defesa mais robusto perto da linha de defesa existente, que foi construída rapidamente (no ano passado)", disse o premiê. Segundo Orban, a Hungria tem que se preparar para a eventualidade de um fracasso no acordo que a Turquia e a União Europeia têm para conter a imigração rumo à Europa através dos Bálcãs.

"Aí, se não funcionar com palavras bonitas, teremos que detê-los à força, e o faremos", disse Orban. Uma cerca de arame farpado erguida ao longo da divisa do país com a Sérvia e a Croácia reduziu drasticamente o fluxo de pessoas.

Orban afirmou que a Hungria também irá reforçar o policiamento, aumentando o contingente de 44 para 47 mil efetivos, dos quais 3 mil serão uma presença constante na fronteira sul. Ele ainda disse ser do interesse da Europa trabalhar com os turcos e entrar em acordo sobre temas que servem à segurança do continente.

No ano passado, cerca de 400 mil refugiados e imigrantes passaram pela Hungria quando seguiam em direção a países como a Áustria, Alemanha ou Suécia, antes que o governo fechasse suas fronteiras com arame farpado.

A Hungria construiu cercas ao longo de suas fronteiras com a Sérvia e Croácia, e o governo se negou a aceitar as cotas de refugiados aprovadas pela UE. O país realizará um referendo contra essas cotas no dia 2 de outubro, com o Executivo solicitando aos cidadãos que votem "não" e vinculou a chegada de imigrantes com a criminalidade e o terrorismo. / REUTERS e EFE

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