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Hungria culpa União Europeia por crise de refugiados

Parlamento húngaro exige que fronteiras do bloco sejam defendidas ‘com todos os meios possíveis’; exército começa hoje a vigiar a fronteira do país

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Por Redação
Atualização:

BUDAPESTE - O parlamento da Hungria atribuiu nesta terça-feira, 22, às “políticas irresponsáveis" da União Europeia (UE) a crise migratória vivida no continente e exigiu que as fronteiras do bloco sejam defendidas "com todos os meios possíveis".

"A responsabilidade pela situação é da União Europeia. Chegamos até o ponto em que as pessoas morrem pela política irresponsável de Bruxelas", diz uma resolução parlamentar adotada hoje pela maioria do partido conservador nacionalista Fidesz, atualmente no poder.

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O texto estaria fazendo uma referência aos 71 refugiados que morreram asfixiados em um caminhão encontrado na Áustria no final de agosto. A resolução diz também que a Hungria "tem o direito de proteger sua cultura, língua e valores".

A resolução ainda destaca que o fluxo migratório é consequência das declarações dos "irresponsáveis políticos europeus" que encorajam os refugiados a "se dirigirem para a Europa, prometendo a esperança de uma vida melhor".

Ao final, o texto pede que o governo assegure os fundos monetários e o marco legal para que o país possa defender suas fronteiras com o uso de todos os meios possíveis.

Neste ano, as autoridades húngaras interceptaram mais de 220 mil refugiados provenientes de países em conflito do Oriente Médio, pelo cruzamento ilegal da fronteira.

Apesar de dezenas de milhares pedirem asilo na Hungria, quase não restam refugiados no país, já que quase todos seguiram para a Alemanha.

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A Hungria rejeita desde o início a proposta da Comissão Europeia de repartir os refugiados entre os países comunitários a partir de cotas, assunto que está sendo tratado hoje pelos ministros de Interior em Bruxelas.

Lei. O exército da Hungria, com a aprovação do Parlamento, começa nesta terça-feira a vigiar as fronteiras do país. O Parlamento húngaro aprovou na segunda-feira leis que permitem empregar o Exército para apoiar o trabalho da polícia na vigilância das fronteiras durante a atual crise dos refugiados.

Os soldados poderão utilizar armas não letais e métodos coercitivos, checar a identidade e participar do controle fronteiriço, assim como bloquear estradas ou limitar o tráfego. A lei autoriza os soldados a usarem material antidistúrbios, como balas de borracha e gás lacrimogêneo, mas só poderão utilizar armas de fogo se acharam que sua vida corre perigo. /EFE

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